ARQUIVO GOOGLE |
PRISÃO
DE CUNHA E GAROTINHO MOSTRA
A
EVANGÉLICOS QUE DEUS NÃO É FULL TIME
POR
JOSIAS DE SOUZA
UOL –
20/11/2016 | 04:56
No
Rio de Janeiro, os três políticos mais identificados com o eleitorado
evangélico são Marcelo Crivella (PRB), bispo licenciado da igreja Universal;
Anthony Garotinho (PR), fiel da igreja Presbiteriana; e Eduardo Cunha (PMDB),
adepto da igreja Sara Nossa Terra. Crivella acaba de se eleger prefeito do Rio.
Garotinho e Cunha estão presos. Essa conjuntura demonstra que Deus existe. Mas
não é ‘full time’.
Denominações
religiosas que se opõem à Universal, igreja de Edir Macedo, tio de Crivella, se
articulam para produzir novos candidatos. Avalia-se que Garotinho está
condenado à decadência política mesmo que se livre da acusação de chefiar um
esquema de compra de votos na cidade de Campos dos Goytacazes. Quanto a Cunha,
teme-se que a Lava Jato o torne um ficha-suja, afastando-o das urnas.
A
despeito de seus alentados prontuários, Garotinho e Cunha se autoproclamam
evangélicos desde a década de 1990. Em tempos de campanha, são auxiliados por
uma legião de pastores, que fazem as vezes de cabos-eleitorais. Ambos
utilizaram programas de rádio como palanques eletrônicos. Mais arrojado,
Garotinho notabilizou-se por distribuir utensílios domésticos a donas de casa.
Ex-aliados,
Garotinho e Cunha tornaram-se inimigos políticos. Um se refere ao outro como
“ladrão”. Embora suas fichas indiquem que os dois talvez estejam certos, os
líderes evangélicos que buscam novos talentos políticos não parecem preocupados
com a debilidade ética, mas com a incapacidade momentânea da dupla de disputar
espaço com Crivella e a sua Universal. Os supostos representantes de Deus fazem
política com tal descompromisso moral que às vezes passam a impressão de que
Ele não merece existir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário