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LAR DOCE LAR
Minha
pátria é minha infância:
por
isso vivo no exílio
PRETO NO BRANCO
De
colorida já basta
a
vida
DENTRO DE MIM MORA UM ANJO
Quem
me vê assim cantando
não
sabe nada de mim
dentro
de mim mora um anjo
que
tem a boca pintada
que
tem as asas pintadas
que
tem as unhas pintadas
que
passa horas a fio
no
espelho do toucador
dentro
de mim mora um anjo
que
me sufoca de amor
Dentro
de mim mora um anjo
montado
sobre um cavalo
que
ele sangra de espora
ele
é meu lado de dentro
eu
sou seu lado de fora
Quem
me vê assim cantando
não
sabe nada de mim
Dentro
de mim mora um anjo
que
arrasta as suas medalhas
e
que batuca pandeiro
que
me prendeu nos seus laços
mas
que é meu prisioneiro
acho
que é colombina
acho
que é bailarina
acho
que é brasileiro
A CASA
Na
minha infância quando chovia
batia
sobre o telhado
uma
pancada macia
a
noite vinha de fora
e
dentro de casa caía
meu
olho esquerdo dormia
enquanto
o outro velava
havia
portas rangendo
lá
fora o vento miava
no
fundo da noite a casa
parece
que navegava
meu
coração passeava
por
uma sala sombria
por
este lado se entrava
por
este outro se olhava
e
por nenhum se saía
Na
minha infância quando chovia
batia
sobre o meu peito
uma
suave agonia
a
noite vinha de longe
e
dentro da gente caía
meu
pai que sempre saía
numa
viagem calada
havia
vozes chamando
na
boca da madrugada
no
fundo da noite a casa
parece
que despertava
assombração
que passava
no
sopro da ventania
por
este lado se entrava
por
este outro se olhava
e
por nenhum se saía
***
***
TALVEZ VOCÊ GOSTE DE LER
***
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TALVEZ VOCÊ GOSTE DE LER
OLHARES (II): Naquele olhar acuado, havia um canto de guerra.
Por Orlando Silveira, em "Rapidíssimas"
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