RIO DOCE
ANTES E DEPOIS
DA TRAGÉDIA
LIRA ITABIRANA
I
O
Rio?
É
doce.
A
Vale?
Amarga.
Ai,
antes fosse
Mais
leve a carga.
II
Entre
estatais
E
multinacionais,
Quantos
ais!
III
A
dívida interna.
A
dívida externa.
A
dívida eterna.
IV
Quantas
toneladas exportamos
De
ferro?
Quantas
lágrimas disfarçamos
Sem
berro?
O
poema de Drummond é de 1984. Em novembro do ano passado – portanto, 31 anos
depois –, o rio Doce, outrora chamado de “Nilo
brasileiro”, foi totalmente destruído pelo rompimento das barragens da
mineradora Samarco, em Mariana (MG).
Diante dos filhos, noras e genros, Vicente foi direto ao ponto, com firmeza: "De
agora em diante, não quero mais ouvir 'o senhor tem que fazer isso, o
senhor tem que fazer aquilo'. Não tenho interesse em sentar no banco da
praça e conversar com outros velhos, muito menos em ir a Poços de Caldas
tomar licor de jenipapo e comer goiabada com queijo. Gosto de ficar só,
com meu trabalho..." Por Orlando Silveira
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