quinta-feira, 30 de novembro de 2017

ROLANDO BOLDRIN EM O "CAUSO" DO DIA


Duas historinhas sobre bêbados



Rolando Boldrin (São Joaquim da Barra – SP 22 de outubro de 1936) é músico, ator e apresentador de televisão. Desde pequeno, aos sete anos, já tocava viola e começou uma empreitada musical junto com seu irmão aos 12 anos de idade, formando a dupla Boy e Formiga.

Entre o final da década de 50 e começo da de 60, ao lado de vários nomes como Lima Duarte, Laura Cardoso, Dionísio Azevedo e outros, atuou como ator na TV Tupi. Entre as décadas de 1960 e 1980, trabalhou em diversas novelas das TVs Record, Tupi e Bandeirantes.


Aproveitando o espaço na televisão, Boldrin foi um dos maiores divulgadores da música sertaneja brasileira. Em agosto de 1981, estreou o programa Som Brasil, na TV Globo, com o objetivo de divulgar a música brasileira de inspiração regional. Boldrin contava causos, dançava e exibia peças teatrais e pequenos documentários. Mas o destaque eram as atrações musicais, cujo repertório incluía músicas de cantores e compositores que tinham como fonte a cultura popular brasileira. Boldrin deixou o programa em 1984. Mas levou a ideia a outros dois programas apresentados por ele, também na década de 1980: Empório Brasileiro (TV Bandeirantes) e Empório Brasil (SBT). Atualmente apresenta o programa Sr. Brasil, pela TV Cultura de São Paulo. Fonte: Wikipédia

POLÍTICA/OPINIÃO: JOSÉ NÊUMANNE





Cretina é pouco para definir posição
do PSDB sobre reforma da Previdência
(Jornal da Gazeta 2 – 28/11/2017)




Influindo em votos de ministros,
Temer age como sumo pontífice do STF
(Jornal da Gazeta 1 – 28/11/2017)

POLÍTICA/OPINIÃO: RICARDO NOBLAT

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Temer: Sem foro especial, é pênalti (Foto: AFP)

DE PRESIDENTE A INVESTIGADO

O que Temer aspira é a continuar desfrutando de foro especial,
o que lhe asseguraria o privilégio de só poder ser investigado
e processado pelo Supremo Tribunal Federal

Por Ricardo Noblat
http://noblat.oglobo.globo.com
30/11/2017 - 04h05

Onde se lê: Michel Temer ainda opera com a possibilidade de ser candidato à reeleição; leia-se: Temer está à procura de uma saída para não cair nas mãos do juiz Sérgio Moro tão logo deixe o cargo.

Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, declarou, ontem, que Temer não tem “nenhuma pretensão” de concorrer às eleições de 2018. Como concorreria com uma popularidade tão rala?

O que Temer aspira é a continuar desfrutando de foro especial, o que lhe asseguraria o privilégio de só poder ser investigado e processado pelo Supremo Tribunal Federal.

Esse é o sonho de 10 entre 10 políticos. Por quê? Ora, por que. A pretexto de sobrecarga de trabalho, o Supremo costuma ser generoso com os políticos em geral.

Tudo, ali, arrasta-se com uma lentidão irritante para quem cobra da Justiça rapidez e eficiência. Se processos contra políticos não prescrevem, haverá sempre um ministro disposto a dar um jeito.

A nomeação de ministros de tribunais superiores depende do Senado. A aceitação de pedido de impeachment contra algum deles depende do presidente do Senado.  Vida que segue.

Dos 11 ministros do Supremo, oito já votaram para acabar com o foro especial para deputados federais e senadores. O ministro Dias Toffoli pediu vista e, com isso, adiou ali qualquer decisão.

A Câmara dos Deputados promete deliberar em breve sobre o assunto. É duvidoso que o faça em breve ou a médio prazo. Quem está disposto a renunciar a privilégios?

Para manter o seu, uma vez que não mudem as regras atuais, seria preciso que Temer fosse nomeado ministro do próximo governo. Ou então embaixador em algum país.

A ex-presidente Dilma Rousseff tentou fazer de Lula ministro para protegê-lo de Moro. Foi impedida pelo ministro Gilmar Mendes em decisão monocrática.

O Congresso bem que poderia aprovar uma emenda estendendo a ex-presidentes da República o direito ao foro especial. Seriam gratos Sarney, Collor, Lula e Dilma, ex-presidentes em apuros.

Tudo por aqui é possível, sim, mas tudo tem um custo.

AS CHARGES DO DIA


Charge (Foto: Chico Caruso)
CHICO CARUSO - O GLOBO


Charge (Foto: Amarildo)
AMARILDO



Charge (Foto: Miguel)
MIGUEL - JORNAL DO COMMERCIO (PE)



VERONEZI - CORREIO POPULAR


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JORGE BRAGA - O POPULAR (GO)



SID - A CHARGE ON-LINE


SPONHOLZ



DUKE - O TEMPO (MG)

POLÍTICA/OPINIÃO: JOSÉ NÊUMANNE

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Ilustração: Arquivo Google

CIRCO DE HORRORES NO PALÁCIO CENTRAL

Aécio Neves, o Mineirinho do departamento de propinas
da Odebrecht, tomou as dores do deputado Imbasshay
e exigiu de Temer “dignidade” na hora de desalojar
as aves de rica plumagem do ninho fofo do poder federal

Por José Nêumanne
O Estado de S. Paulo
29/11/2017

A um ano do turno definitivo das eleições gerais de 2018, o cidadão brasileiro tem presenciado um circo de horrores na cúpula federativa da República brasileira, com lances dignos da tragédia mais deslavada e da comédia mais escrachada.

Na interminável novela da indecisão do PSDB quanto a continuar servindo a Temer ou renunciar, o quarteto ministerial tucano foi reduzido a trio com a renúncia de Bruno Araújo, pernambucano que deu o voto capital pelo impeachment de Dilma, um gesto simbólico, e saiu de fininho do Ministério das Cidades. Para o lugar dele o chefe do governo não pestanejou e nomeou o obscuro membro do baixíssimo clero da Câmara dos Deputados Alexandre Baldy. Este adentrou a Esplanada dos Ministérios recomendado por circunstâncias genealógicas e de proximidade: é primo de Elsinho Mouco, marqueteiro do Planalto com pouco talento e menor senso de oportunidade por adotar como slogan do mandato-tampão o lema positivista de Auguste Comte Ordem e Progresso, inscrito na Bandeira Nacional. Destarte, sendo este tido como muito chegado ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a fome juntou-se à vontade de comer, como já diziam os mais antigos. Laços familiares e interesses em votações no Congresso eliminaram uma anotação desagradável de sua biografia: nos velhos tempos de Waldomiro Diniz e das relações promíscuas entre o governo Lula, as loterias e a contravenção penal, foi descrito no relatório final de uma CPI como “o garoto de ouro de Carlinhos Cachoeira”, o bicheiro de Goiás de Demóstenes Torres e dos irmãos da JBS.

Não é algo que se possa definir como boa estirpe, mas em nada se compara com similar episódio referente a outro posto estratégico do primeiro escalão: sem as verbas polpudas da pasta desprezada por Araújo, a Secretaria de Governo, que, segundo as más línguas, continua sendo tocada por gente de confiança do baiano Geddel Vieira Lima, embora seja comandada por outro baiano, o tucano Antônio Imbassahy,

E foi aí que a porca torceu o rabo. Imbassahy gostou do emprego e quer ficar na poderosa esplanada. Mesmo que lhe seja destinada uma pasta ocupada por uma correligionária, a juíza também baiana Luislinda Valois, transferida para o pelourinho de uma aposentadoria de R$ 32 mil com a perda do Ministério dos Direitos Humanos.

Mas Aécio Neves, o Mineirinho do departamento de propinas da Odebrecht, tomou as dores do deputado e exigiu de Temer “dignidade” na hora de desalojar as aves de rica plumagem do ninho fofo do poder federal. Como a História registra, o PSDB perdeu a eleição presidencial para Dilma Rousseff, soit-disant “work alcoholic”, e seu vice, empossado depois do alívio do impeachment dela.

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Nêumanne: jornalista, poeta e escritor

Diante do súbito brio do derrotado neoaliado, Temer cedeu e, em nome da ira sagrada de que se viu assomado depois de ler na Coluna do Estadão a confirmação do convite a Carlos Marun para o posto que comanda as negociações entre Planalto e Parlamento, ele o pôs no congelador até o próximo dia 9. Essa é a data para a qual está marcada a convenção do PSDB em que se escolherá o substituto do neto de Tancredo na presidência. E, assim, a Nação conhecerá se, afinal, o partido se aliará ou se separará do chefe dos chefes, Temer.

Isso se deu no instante em que o Tribunal Federal da 3.ª Região (TRF-3) recusou os embargos impetrados pelo ex-governador de Minas Eduardo Azeredo, acusado dos crimes de lavagem de dinheiro e peculato, cometidos na eleição estadual de 1998, no esquema conhecido como mensalão tucano. A denominação deriva do fato de ter sido imitado depois pelo PT no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência e tendo como operador o mesmo Marcos Valério de Souza, o único condenado nos dois processos que ainda está preso. Azeredo, por exemplo, continua solto, enquanto Zé Dirceu samba em casa de tornozeleira no calcanhar.

Delatado por Joesley Batista, a quem pediu R$ 2 milhões “para pagar a um advogado”, Aécio foi protagonista da famigerada reunião do Supremo Tribunal Federal em que a presidente Cármen Lúcia desempatou a seu favor a votação para lhe permitir sair de casa à noite. E frequentar durante o expediente o plenário do Senado. Foi nessa condição de usuário do direito constitucional de ir e vir que foi a Temer exigir que seu partido seja tratado com dignidade, o que só merecerá se fechar questão a favor da reforma da Previdência.

A tal dignidade tem prazo de validade. Até o dia 9 Imbassahy fica, mas no dia 10 Marun assume. Tendo acompanhado a lealdade canina do nobre parlamentar a seu ex-presidente e sempre chefe, Eduardo Cunha, recolhido à cela da Lava Jato em Curitiba, a Nação vê aproximar-se o dia em que o Caranguejo da Odebrecht partilhará parte do poder do chefe de Estado no semiparlamentarismo adotado e assumido por Temer com Rodrigo Maia.

Essa é mais uma ironia da deusa Clio, que comanda do alto do Olimpo nosso destino sorvendo goles de néctar. Com 3% de popularidade, o presidente da República ficou no posto em troca de votos comprados de deputados que evitaram o desabamento da espada de Dâmocles sobre seu pescoço e por mercê do medo do tal do mercado de vê-lo substituído pelo filho de Cesar e dona Mariangeles Maia. E enquanto Rodrigo Botafogo (no jargão do propinês) comanda o destino das cidades, Carlos Cunha (ou Eduardo Marun?) tece os fios de Ariadne no reino desencantado das cumbucas do povo: uma posta, outra emborcada, ambas mandando.

O cara do Cunha assumirá o posto para evitar a derrota anunciada da reforma da Previdência. Quem o nomeará se esqueceu de que o Centrão pode derrotá-la, mas não tem força para participar de sua improvável vitória. Este jornal já informou que dois terços das aposentadorias não seriam afetadas pela nova versão da reforma. Nem isso, contudo, parece fácil de ser aprovado.

POLÍTICA/OPINIÃO: JOSIAS DE SOUZA

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Charge: Aroeira

PSDB NÃO SAIU DO GOVERNO
TEMER, RECEBEU ALTA

A esquizofrenia é a dissociação entre o pensamento e a ação.
O fenômeno provoca no doente uma perda de contato com
a realidade e uma desagregação da personalidade.
Aécio Neves, símbolo da degradação tucana, disse que
o PSDB sairia do governo pela porta da frente. Era alucinação

Por Josias de Souza
https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/
29/11/2017 | 20:20

Todos sabem que o muro é o habitat natural dos tucanos. Mas a incapacidade crônica do PSDB de tomar decisões evoluiu para uma esquizofrenia. O partido ensaia seu desembarque do governo há quase seis meses, desde a explosão do grampo do Jaburu. Mas foi ficando. De repente, o tucanato foi saído da administração Temer: “O PSDB não está mais na base de sustentação do governo”, disse aos jornalistas o chefe da Casa civil de Temer, Eliseu Padilha.

Num artigo publicado no início do mês, Fernando Henrique Cardoso, o farol do PSDB, havia iluminado o drama do partido: “Ou o PSDB desembarca do governo e reafirma que continuará votando pelas reformas, ou sua confusão com o peemedebismo dominante o tornará coadjuvante na briga sucessória”, escreveu FHC. Ele não se deu conta. Mas a posição subalterna do seu partido já estava consolidada.

Uma das características da esquizofrenia é a dissociação entre o pensamento e a ação. O fenômeno provoca no doente uma perda de contato com a realidade e uma desagregação da personalidade. Aécio Neves, símbolo da degradação tucana, disse que o PSDB sairia do governo pela porta da frente. Era alucinação. O PSDB não saiu. Tornou-se o primeiro partido da história a ter alta de um governo.


quarta-feira, 29 de novembro de 2017

ABUJAMRA DECLAMA PESSOA

BAPTISTÃO


LISBON REVISITED
ÁLVARO DE CAMPOS (1923)

NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas.
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) — Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.

Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!

Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo…
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!




Antônio Abujamra (Ourinhos, 15/09/1932 – São Paulo, 28/4/2015), diretor de teatro, ator e apresentador de tevê, foi um dos primeiros a introduzir os métodos teatrais de Bertolt Brecht e Roger Planchon em palcos brasileiros. Era conhecido por sua irreverência, suas encenações e por seu humor ácido e crítico em relação aos tabus sociais.


Abujamra estudou filosofia e jornalismo na PUC-RS, onde iniciou sua carreira como ator, na segunda metade dos anos 1950, na peça Assim é se lhe parece, de Pirandello. Comandou o programa Provocações, da TV Cultura, por quase 15 anos. Como apresentador adotou um estilo audacioso de fazer entrevistas. (Fonte: Wikipédia)

terça-feira, 28 de novembro de 2017

IMAGENS: EDWARD HOPPER





HOTEL ROOM





Morning Sun, 1952 



Morning Sun, 1952


Eleven A. M, 1926



Edward Hopper (22/07/1882 – 15/051967) foi pintor, artista gráfico e ilustrador norte-americano conhecido por suas misteriosas pinturas de representações realistas da solidão na contemporaneidade. (Wikipédia)



AS CHARGES DO DIA




Charge (Foto: Miguel)
MIGUEL - JORNAL DO COMMERCIO (PE)


Charge (Foto: Amarildo)
AMARILDO



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SPONHOLZ



Charge (Foto: Arte; Antonio Lucena)
ANTONIO LUCENA - BLOG DO NOBLAT





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AROEIRA - O DIA



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SPONHOLZ



Charge (Foto: Chico Caruso)
CHICO CARUSO - O GLOBO





A imagem pode conter: texto
SPONHOLZ



JORGE BRAGA - O POPULAR
DE QUEM É O DINHEIRO, VAGABUNDA?

POLÍTICA/OPINIÃO: RICARDO NOBLAT

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PSDB; Afinal, quem são os tolos - eles, nós?
Ilustração: Depositphotos

PSDB MUDA PARA NADA MUDAR

Como ficaria Alckmin? 
Como ficaria a poderosa seção paulista 
do PSDB? Sempre será melhor para ela continuar 
mandando no partido. Há muitos interesses em jogo. 
E nem todos confessáveis. 
Docemente constrangido, Alckmin topou a missão.

Por Ricardo Noblat
http://noblat.oglobo.globo.com/
28/11/2017 - 03h59

A saída encontrada pelo PSDB para contornar a crise que rachou o partido e ameaça afundá-lo foi fazer de conta que a crise não existe. Ou que deixou de existir com o acordão que fará de Geraldo Alckmin a partir do próximo dia 9 o novo presidente nacional do partido.

A ascensão de Alckmin lhe dará mais força para consolidar-se como o candidato do PSDB à próxima eleição presidencial. Doravante, Alckmin será o dono da chave do cofre onde está depositada a fatia milionária do fundo partidário.

Quem quiser no PSDB se eleger qualquer coisa em 2018 terá de se entender com Alckmin. Que candidato a presidente não gostaria de dispor dessa vantagem? Haverá juras eternas de fidelidade a ele. Mas como no amor, a fidelidade é infinita enquanto dura.

Em 2006, quando disputou a presidência da República com Lula, Alckmin teve ao seu lado um partido relativamente em paz e unido. Nem por isso lhe foi fiel. Alckmin debita parte de sua derrota na conta dos que o traíram – entre eles, José Serra e Aécio Neves.

O PSDB não é um partido de massas, como o PT, por exemplo. É um partido de quadros. É o colégio de cardeais, integrado por poucos nomes, que decide a sorte do partido. Ou do seu principal candidato numa eleição majoritária. Daí o estrago que traições podem causar.

Foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que decidiu solitariamente que o melhor para o PSDB seria Alckmin assumir a presidência do partido. Evitaria a disputa entre Tasso Jereissati (CE) e Marconi Perillo (GO).

Um (Tasso), apoiado pelos que ainda apostam na renovação do partido. O outro (Perillo), por Aécios (MG) e os que gostariam de seguir unidos com Temer e o PMDB. De resto, mais adiante, e se Tasso ou Perillo pretendesse ser candidato à vaga de Temer?

Como ficaria Alckmin? Como ficaria a poderosa seção paulista do PSDB? Sempre será melhor para ela continuar mandando no partido. Há muitos interesses em jogo. E nem todos confessáveis. Docemente constrangido, Alckmin topou a missão.

Portanto, bola para frente, sem que se dê uma única palavra sobre o que Aécio fez ou acabou impedido de consumar; e sobre os desvios de comportamento de outras estrelas brilhantes do partido acusadas de prevaricar tanto ou mais do que ele.

Nada de faxina ética – a última que pensou nisso foi varrida. Nada que possa significar uma refundação do partido. O marketing e a tradicional política de alianças que se encarreguem de sustentar a candidatura de Alckmin.

POLÍTICA/OPINIÃO: JOSIAS DE SOUZA

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Ilustração: Kléber Sales/Estadão
 CONCHAVO TUCANO PROVA
QUE A UNIÃO FAZ A FARSA


Pensando bem, para o tucanato, Geraldinho talvez seja
mal menor. A desgraça é que estamos cheios de mal menor.
Como levar a sério um partido que delega a Zé Aníbal
a tarefa de reescrever sua história?
Em Guajará-Mirim o jogo é outro.
O Zé sabe. O pai dele sabia bem mais. (OS)

Por Josias de Souza
https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/
28/11/2017 | 05:21

Há no caminho do PSDB meia dúzia de problemas: o cadáver político de Aécio Neves, o processo criminal contra Geraldo Alckmin, a radioatividade de Michel Temer, o racha interno e a inanição nas pesquisas presidenciais. A caciquia do tucanato não tem nada a dizer a respeito de nenhum deles. Reunidos em torno da mesa de refeições do Palácio dos Bandeirantes na noite desta segunda-feira, os pajés emplumados jantaram pizza, firmaram um conchavo e varreram as pendências para baixo do tapete.

Tasso Jereissati e Marconi Perillo, que guerreavam pela presidência do partido, depuseram as armas. Num acerto intermediado por Fernando Henrique Cardoso, concordaram em entregar o comando da legenda a Geraldo Alckmin, para que ele pavimente sua candidatura presidencial. O problema é que o PSDB continuará fazendo política em cima do tapete. E as encrencas acobertadas não ficarão imóveis. O Brasil já não é um país de bobos. Mas os tucanos ainda não notaram que sua presunção de superioridade perdeu o prazo de validade.

No dia 9 de dezembro, reunido em convenção nacional, o tucanato escolherá um novo presidente para o PSDB. Se tudo correr como foi planejado, Alckmin será aclamado. E não será por isso que Aécio deixará de feder, que o processo contra Alckmin irá desaparecer, que Temer ficará menos tóxico e que a fenda partidária se fechará. Ninguém dirá ao Ibope ou ao Datafolha que simpatiza com o presidenciável de um partido que, 15 anos depois de ter sido retirado do Planalto, continua acorrentado a uma agenda enferrujada.

Presidente licenciado do PSDB, Aécio teve 51 milhões de votos na eleição presidencial de 2014. Hoje, não sabe se os mineiros lhe dariam um mandato de deputado. Deve ser substituído na briga pelo Planalto por Alckmin. Ele já disputou a Presidência da República em 2006. Perdeu no segundo turno para Lula. Nessa época, sua rejeição rodava na casa dos 17%. Hoje, roça os 30%. De resto, frequenta as pesquisas como um sub-Bolsonaro. As intenções de voto em seu benefícios oscilam entre 6% e 8%.

Há um consenso no PSDB em torno da crença de que Alckmin precisa migrar do fundo da loja para a vitrine se quiser viabilizar-se eleitoralmente. O problema é que, antes de fazer o movimento, o candidato precisa limpar a ferrugem do bico. Sua atitude em relação às pendências morais que rondam o tucanato instruirão o julgamento que a plateia fará de suas pretensões. Suas palavras ofececerão uma ideia do que faria se descalabros éticos acontecessem quando estivesse na poltrona de presidente.

O silêncio imperial e a inércia não são as melhores respostas para o achaque de R$ 2 milhões praticado por Aécio contra Joesley Batista. A omissão tampouco responde à pergunta de R$ 10,7 milhões que os delatores da Odebrecht empurraram para dentro do processo que tramita no STJ contra Alckmin: o que diabos foi oferecido em troca do dinheiro que escorregou do caixa do departamento de propinas da empreiteira para as mãos intermediárias de Adhemar César Ribeiro, o cunhado do governador de São Paulo?

Nesta terça-feira, o Instituto Teotônio Vilela, braço acadêmico do PSDB, lançará um documento intitulado ‘Gente em Primeiro Lugar: o Brasil que Queremos.’ Foi feito com a pretensão de servir de matéria-prima para a elaboração de um projeto para o país. Enquanto o PSDB não sacudir o tapete que oculta todas as suas pendências, a plateia talvez enxergue no título do papelório programático o nome mais criativo já inventado para definir conversa fiada.

Se a pizza servida no Palácio dos Bandeirantes na noite passada serviu para alguma coisa foi para demonstrar que, no PSDB, a união faz a farsa. A melhor coisa que poderia acontecer ao tucanato no momento seria o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, desafiar o conchavo de São Paulo insistindo na realização de prévias. Virgílio também rumina pretensões presidenciais. Seria divertido assistir a um ciclo de debates entre o prefeito e o governador.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

HORA DA VITROLA: HAMILTON DE HOLANDA

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COM JOÃO BOSCO, 
EM "LINHA DE PASSE"




INTERPRETANDO O HINO NACIONAL
NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF)





Hamilton de Holanda (Rio de Janeiro, 30 de março de 1976) é um bandolinista e compositor brasileiro. Mudou-se em 1977 para Brasília com a família. Começou a tocar aos 5 anos de idade e a se apresentar aos 6 anos de idade. Ficou em evidência na cena da música brasileira em 1995, quando foi considerado o melhor intérprete
 no II Festival de Choro do Rio de Janeiro, com “Destroçando a macaxeira”, que ficou em segundo lugar como composição. 

Atualmente toca com o seu quinteto formado por André Vasconcellos, Daniel Santiago, Gabriel Grossi e Marcio Bahia. Com o irmão Fernando César formou o grupo Dois de Ouro  e ao longo de sua carreira fez parceria com vários artistas renomados. Bacharel em composição pela UnB, já lecionou na Escola de Choro Raphael Rabello.
(Fonte: Wikipédia)

CHÁ DAS CINCO: AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA


BALADA DOS CASAIS

Os casais são tão iguais,
por isto se casam
e anunciam nos jornais.
Os casais são tão iguais,
por isto se beijam
fazem filhos, se separam
prometendo
não se casarem jamais.

Os casais são tão iguais,
que além de trocar fraldas,
tirar fotos, acabam se tornando
avós e pais.

Os casais são tão iguais,
que se amam e se insultam
e se matam na realidade
e nos filmes policiais.

Os casais são tão iguais,
que embora jurem um ao outro
amor eterno
sempre querem mais.

Às vezes ocorre
um autor estar aquém
da criação.
O texto-sábio
criando asas
e o autor pastando
grudado ao chão.

— Como pode um peixe vivo
estar aquém do próprio rio?
— Que coisa é esse bicho
que rompe as grades do circo
e se lança na floresta
no descontrole de fera?
— Que coisa é essa
que se enrola?
É fumaça? ou texto?
que se alça do carvão?

Lá vai o poema ou trem
que larga o maquinista
na estação
e se interna no sertão.
Ali o poema
olhado de binóculo
— só de longe tocado —
e o autor, falso piloto
largado na pista ou salas
do aeroporto, atrás do vidro,
enquanto o texto
levanta seu vôo cego
com o radar da emoção.

Enfim,
um poema que vira pássaro
onde termina a mão
ou avião desgovernado
que ilude o autor e a pista
e explode na escuridão.

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Affonso Romano de Sant'Anna 
(Belo Horizonte MG 1937). 
Poeta, crítico e professor de literatura e jornalista.