A Justiça tapa os olhos para não ver seus podres Ilustração: iStock |
QUE JUSTIÇA
É ESSA?
Ainda está para ser feita
uma devassa nos salários
e benefícios do Judiciário.
O poder encarregado de aplicar
as leis é o menos
transparente dos poderes
Por Ricardo Noblat
16/11/2017 - 03h03
No Rio de
Janeiro onde 221.604 servidores e aposentados ainda não receberam o salário de
setembro, o Tribunal de Justiça do Estado pagou na última terça-feira o
“auxílio peru” – abono de R$ 2.000 para que juízes e servidores possam
desfrutar de um Natal feliz.
O “auxílio
peru” do Rio tem um nome menos escrachado em Roraima. Ali, chama-se “auxílio
alimentação”. Excepcionalmente neste mês foi fixado em R$ 2.466,16. Tem o mesmo
propósito: proporcionar aos contemplados um Natal mais gordo, digamos.
Roraima não
é um Estado falido como o Rio. Mas enfrenta dificuldades financeiras como os
demais. A Justiça, tanto em Roraima como no Rio e em outros lugares, é o poder
mais bem pago da República. E também o mais insensível ao que ocorre em torno
dele.
Ainda está
para ser feita uma devassa nos salários e benefícios do Judiciário. O poder
encarregado de aplicar as leis é o menos transparente dos poderes. Sabe-se
quanto ganha o presidente da República, por exemplo. Não se sabe quanto os
juízes ganham.
O salário
dos ministros do Supremo Tribunal Federal serve de teto para os salários pagos
pelos demais poderes. Mas estranhamente não serve para os salários dos próprios
juízes.
LEWANDOWSKI DÁ MAIS
UM TIRO NA LAVA JATO
Lewandowski: O que há por
trás dessa "cara de conteúdo"?
Foto: Nelson Jr./STF
O ministro
Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), está coberto de razão
quando denuncia que há em curso uma manobra para sufocar a Lava Jato.
Em recente
julgamento, por maioria de votos, o STF decidiu que só lhe cabe avaliar a
eficácia dos acordos gerados por delações premiadas, não o seu mérito.
Pois bem:
Lewandowski fez o contrário ao não homologar a delação premiada do marqueteiro
Renato Pereira e devolvê-la à Procuradoria Geral da República.
A delação de
Pereira atingiu em cheio o coração da gangue do PMDB que há mais de 20 anos
domina a política do Rio de Janeiro. Envolveu diretamente Sérgio Cabral, Luiz
Fernando Pezão e Eduardo Paes.
Quem se
arriscaria a firmar acordo de delação com o Ministério Público Federal, contar
o que sabe, para depois o acordo ser desconsiderado? Ninguém.
Uma das razões
do sucesso de Lava Jato é justamente o uso do instrumento da delação premiada.
Não basta ao delator contar o que sabe, tem de provar ou oferecer indícios de
provas.
Os acordos
de delação só são firmados quando o Ministério Público julga convincentes as
provas ou os indícios oferecidos. Lewandowisk atirou novamente na Lava Jato.
Por que?
Ora por
que... O ministro Gilmar Mendes logo saiu em defesa dele. (RN)
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