terça-feira, 21 de novembro de 2017

POLÍTICA/OPINIÃO: JOSIAS DE SOUZA

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Fernando Segóvia (Foto: chicoterra.com)

NO AFÃ DE ADULAR TEMER
SEGÓVIA ATINGE ATÉ A PF

Espremendo-se tudo o que disse o novo mandachuva da PF,
 chega-se à conclusão de que a investigação contra Temer
é que é suspeita, não o presidente

Por Josias de Souza
20/11/2017 | 20:57

Depois de tomar posse ao lado do investigado Michel Temer, o novo mandachuva da Polícia Federal desqualificou em sua primeira entrevista as investigações que fizeram do presidente da República um denunciado por corrupção. O delegado Fernando Segóvia ecoou críticas feitas pelo próprio Temer. Espremendo-se tudo o que ele disse, chega-se à conclusão de que, para o novo diretor da PF, a investigação contra Temer é que é suspeita, não o presidente.

Segóvia atacou o ex-procurador-geral Rodrigo Janot e engrossou o coro de críticas à delação da JBS. Que a delação é esquisita, não há mais dúvida. Tanto que os delatores estão presos. Mas isso não elimina as suspeitas que recaem sobre o presidente e seu grupo político. No afã de agradar ao novo chefe, o delegado jogou na lata do lixo dois relatórios produzidos pela corporação que comandará.

Num, a PF informou ao STF sobre evidências que indicam “com vigor” a prática de corrupção por Temer no caso da mala com a propina de R$ 500 mil. Noutro, a PF conclui que Temer tinha poder de decisão sobre o chamado grupo 'quadrilhão do PMDB.’ Alheio a tudo, Segóvia chegou a dizer que uma mala com propina não permite saber se houve ou não corrupção.

Ora, a plateia não é feita de bobos. O brasileiro sabe que o crime é igualzinho ao futebol. Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala, ex-assessor de Temer, pode ser um craque. Mas ninguém marca gol sozinho. O novo diretor da PF precisa esclarecer em que time pretende jogar.




TUCANO PERILLO CELEBRA
O NOVO MINISTRO DE TEMER

Num instante em que o PSDB discute o desembarque do governo de Michel Temer, o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, festeja a chegada do deputado federal Alexandre Baldy à Esplanada dos Ministérios como se fosse a ascensão de um correligionário. Ex-secretário de Indústria e Comércio do governo de Perillo, Baldy foi eleito deputado federal em 2014 pelo PSDB. Migrou para o PTN, hoje rebatizado de Podemos. E está de malas prontas para o PP, a legenda do ‘Centrão’ que exigiu e obteve de Temer o Ministério das Cidades.

“Recebi essa informação com enorme alegria, contentamento e entusiasmo”, disse Perillo, que disputará o posto de presidente nacional do PSDB com o antigovernista Tasso Jereissati. Os dois medirão forças numa convenção marcada para 9 de dezembro. O embate precipitou a saída do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) do cargo de ministro das Cidades. Tomado pela euforia, Perillo parece ter apreciado a troca de Bruno por Baldy.

“Ele tem uma ampla visão, é um grande articulador, tem apoios importantes em todos os partidos da base do governo… Então, vai ser, certamente, muito importante para o país.” A opinião do país ainda não pode ser auferida. Mas o PSDB de Perillo está satisfeitíssimo com a escolha de Temer — ou de Rodrigo Maia, já que foi o presidente da Câmara quem sugeriu ao presidente que guindasse Baldy ao primeiro escalão. (JS)

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