terça-feira, 28 de novembro de 2017

POLÍTICA/OPINIÃO: RICARDO NOBLAT

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PSDB; Afinal, quem são os tolos - eles, nós?
Ilustração: Depositphotos

PSDB MUDA PARA NADA MUDAR

Como ficaria Alckmin? 
Como ficaria a poderosa seção paulista 
do PSDB? Sempre será melhor para ela continuar 
mandando no partido. Há muitos interesses em jogo. 
E nem todos confessáveis. 
Docemente constrangido, Alckmin topou a missão.

Por Ricardo Noblat
http://noblat.oglobo.globo.com/
28/11/2017 - 03h59

A saída encontrada pelo PSDB para contornar a crise que rachou o partido e ameaça afundá-lo foi fazer de conta que a crise não existe. Ou que deixou de existir com o acordão que fará de Geraldo Alckmin a partir do próximo dia 9 o novo presidente nacional do partido.

A ascensão de Alckmin lhe dará mais força para consolidar-se como o candidato do PSDB à próxima eleição presidencial. Doravante, Alckmin será o dono da chave do cofre onde está depositada a fatia milionária do fundo partidário.

Quem quiser no PSDB se eleger qualquer coisa em 2018 terá de se entender com Alckmin. Que candidato a presidente não gostaria de dispor dessa vantagem? Haverá juras eternas de fidelidade a ele. Mas como no amor, a fidelidade é infinita enquanto dura.

Em 2006, quando disputou a presidência da República com Lula, Alckmin teve ao seu lado um partido relativamente em paz e unido. Nem por isso lhe foi fiel. Alckmin debita parte de sua derrota na conta dos que o traíram – entre eles, José Serra e Aécio Neves.

O PSDB não é um partido de massas, como o PT, por exemplo. É um partido de quadros. É o colégio de cardeais, integrado por poucos nomes, que decide a sorte do partido. Ou do seu principal candidato numa eleição majoritária. Daí o estrago que traições podem causar.

Foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que decidiu solitariamente que o melhor para o PSDB seria Alckmin assumir a presidência do partido. Evitaria a disputa entre Tasso Jereissati (CE) e Marconi Perillo (GO).

Um (Tasso), apoiado pelos que ainda apostam na renovação do partido. O outro (Perillo), por Aécios (MG) e os que gostariam de seguir unidos com Temer e o PMDB. De resto, mais adiante, e se Tasso ou Perillo pretendesse ser candidato à vaga de Temer?

Como ficaria Alckmin? Como ficaria a poderosa seção paulista do PSDB? Sempre será melhor para ela continuar mandando no partido. Há muitos interesses em jogo. E nem todos confessáveis. Docemente constrangido, Alckmin topou a missão.

Portanto, bola para frente, sem que se dê uma única palavra sobre o que Aécio fez ou acabou impedido de consumar; e sobre os desvios de comportamento de outras estrelas brilhantes do partido acusadas de prevaricar tanto ou mais do que ele.

Nada de faxina ética – a última que pensou nisso foi varrida. Nada que possa significar uma refundação do partido. O marketing e a tradicional política de alianças que se encarreguem de sustentar a candidatura de Alckmin.

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