CADÊ O CABRAL? (FOTO: ARQUIVO GOOGLE) |
AO
SE DEFENDER, CABRAL
ENTRA
EM AUTOCOMBUSTÃO
Ex-governador
do RJ ateou fogo à própria biografia
POR
JOSIAS DE SOUZA
UOL –
22/11/2016 | 06:04
Vieram
à luz as 17 folhas do depoimento que o ex-governador fluminense Sérgio Cabral
(PMDB) prestou a procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Tomado pelo
conteúdo de suas respostas, Cabral entrou num processo de autocombustão. Foi
como se ateasse fogo à própria biografia.
Acusado
de lavar dinheiro por meio da prestação de serviços fictícios de consultoria,
Cabral declarou-se proprietário de uma empresa. Chama-se Objetiva. Disse que
promove com seus clientes encontros de aconselhamento. Instado a apresentar em
24 horas pareceres e documentos resultantes do serviço, Cabral disse não dispor
do papelório. Sua consultoria era oral. Hummm…
Acusado
também de higienizar dinheiro sujo por meio da compra de joias, Cabral
reconheceu ter adquirido algumas peças em pelo menos duas das mais requintadas
casas do ramo no país. Dinheiro vivo? – quiseram saber os procuradores. Cabral
disse não lembrar se pagou em moeda sonante ou no cartão de crédito. Hã?!? Quem
ouve fica com a impressão de que Cabral adquire joias como quem compra bananas
na feira.
Perguntou-se
a Cabral se ele conhece Carlos Miranda, apontado pelos investigadores como seu
coletor de verbas. O ex-governador disse que Miranda é seu amigo desde os
tempos de colégio. Ele recolheu dinheiro em seu nome? Cabral jura que não.
Também
interrogado, Carlos Miranda ecoou o amigo. Negou a imputação de homem da mala.
Entretanto, por mal dos pecados, confirmou que se reuniu com executivos de
empreiteiras. Para quê? Por motivos pessoais. Ai, ai, ai…
Quebraram-se
os sigilos bancários. Encontrou-se nas contas de Cabral a irrisória cifra de R$
454. Mas as contas bancárias de sua mulher Adriano Ancelmo armazenavam
impressionantes R$ 11 milhões – já devidamente bloqueados.
Definitivamente,
Cabral entrou em processo de autocombustão. Durante o depoimento, o personagem
expressou sua ''indignação'' com as falsas acusações que lhe fazem. Então, tá!
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