QUASE HISTÓRIAS: E O AMOR SAIU PELA JANELA (6)

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SENTA, CRISTÓVÃO, PODE SENTAR!

Ernestina, companheira de décadas, foi direto ao assunto:

-- Cristóvão, a partir de hoje, você não urina mais de pé. Vai ter que sentar.

-- Por que isso agora, Ernestina? Enlouqueceu?

-- Você não acerta uma no vaso. Mija mais fora que dentro.

-- O urologista me disse que, na minha idade, isso é normal.

-- Então, ele que venha limpar o banheiro. Do contrário, pode pegar o caminho da roça.

JEJUM

Segunda das bravas, para não variar, pouco dinheiro no bolso, muitas contas a pagar. O telefone não para de tocar. O coitado atende – com paciência de Jó – uma, duas, três, quatro, quinze, inúmeras vezes.

É a velha que não escuta querendo saber quanto custa para lavar o edredom.

(Perdão, senhora: aqui não é lavanderia.)

É o gerente querendo convencê-lo de que os juros cobrados pelo banco são excelentes.

(Obrigado, amigo, não quero empréstimo. Já tenho dívidas demais.)

É a garota do call Center querendo contribuição para o asilo.

(Infelizmente, não tenho condições. Ajudo mensalmente várias casas.)

É a moça do consórcio querendo lhe empurrar um carro, é a senhora da creche pedindo ajuda, é, é...

É o mundo lhe torrando o saco.

Na vigésima vez, nem perguntou quem era, bateu pesado:

- Vá pra puta que o pariu.

Era a mulher. De TPM.

Vai jejuar um mês.

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E O AMOR SAIU PELA JANELA (5)
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