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Ananias: você sabe que eu não gosto de dar conselhos. É perda de tempo. Todo
mundo sabe o que precisa ser feito. Se não faz é por que não quer ou por que
não pode fazer. Então, é melhor a gente ficar calado. Muito embora isso seja difícil
quando a situação envolve pessoas que a gente ama.
Ananias
quis, então, saber do Velho Marinheiro, nosso Lobo do Mar, caçador implacável
de bicho de pé inexistente, o porquê daquele comentário.
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Ontem, tive uma conversa séria – e longa – com Irene, minha neta, paixão de
minha vida.
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Posso saber o assunto?
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Entre namoro e noivado, Irene está com aquele vagabundo do Tiago há dez anos.
Nunca fui com a cara dele. Não para em emprego algum. Ora quer ser vendedor, ora quer ser assessor político. Na semana
seguinte, os planos inexistentes já são outros. É tão mandrião que chegou a
pisar descalço em brasas só para ganhar uns meses de licença médica.
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Pisar sobre brasas? Sem sapatos?
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É. Pode uma coisa dessas? À época, nos disse que estava fazendo um curso de
autoajuda, algo assim. Voltando a ontem. O fato é que ele está sempre sem
ocupação. Eu disse a Irene que das duas uma: ou ele é vagabundo, ou ele é
azarado. Seja lá o que ele for – vagabundo ou azarado –, casar com um tipo desses
é contratar a desgraça anunciada, é caminhar a passos ligeiros para o inferno.
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E o que lhe disse sua neta?
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Que ela ama o homem brasa. Ananias: o amor não é cego, não. O amor, às vezes, é besta. (OS)
Sei bem, ou a maioria de nós, sabe bem o que é isso! O amor não é cego não! Ninguém fica com sapo, pensando que é príncipe! Principalmente a mulher, que é muito intuitiva...ela sabe que é sapo, sempre! Mas pensam tbém que são mulheres Maravilha e que tem o poder de transformar tudo...ninguém muda ninguém!E vivem infelizes para sempre!
ResponderExcluirPois é, Marlene. Bobo, boba, ninguém é. Só que, não raro, a gente insiste em ser besta. Pelo amor? Se for, é amor é besta. Ou não é amor, sei lá. Bjs.
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