segunda-feira, 31 de outubro de 2016

ESPAÇO DA GLÓRIA

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A BRUMA

Os lobos uivam, os morcegos sugam,
nuvens têm cor de chumbo, em vez de prata,
o caos se faz, os seres não se amam…
eu já não tenho medo de barata.
Bate uma bruma na minha epiderme,
e me azucrina como um ignóbil verme.
Porém, a luz celestial de um astro
vem ajudar-me a percorrer meu trilho.
mas uma sombra cobre o alabastro,
e meu caminho perde todo o brilho…
A densa bruma, em exasperação,
sombreia ainda mais meu coração
Perdi meu rumo, não encontro o cais,
não me consola esta suave brisa.
Meu pensamento não emite mais
os poemas de amor da poetisa…
Maldita bruma! Transformou-se em praga
dentro do cerne, e logo se propaga!
Saio do transe e vejo a realidade:
minha idade real que me reforça
sentir na alma a eternidade…
a luz da lua brilha com mais força!
Todo meu ser se livra do cansaço
daquela bruma sempre ao meu encalço.

Glória Braga Horta 
nasceu em Mutum-MG. 
É jornalista, poeta e cronista.
Dedica-se também à música popular 
(canto e teclado)
e às artes plásticas


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