terça-feira, 25 de outubro de 2016

CHÁ DAS CINCO: PAULO LEMINSKI



Resultado de imagem para IMAGENS SEGURO MORREU DE VELHO
ARQUIVO GOOGLE


SEM BUDISMO



Poema que é bom

acaba zero a zero.

Acaba com.

Não como eu quero.

Começa sem.

Com, digamos, certo verso,

veneno de letra,

bolero. Ou menos.

Tira daqui, bota dali,

um lugar, não caminho.

Prossegue de si.

Seguro morreu de velho,

e sozinho.

***

 

essa ideia

ninguém me tira

matéria é mentira



 ***



não fosse isso

e era menos

não fosse tanto

e era quase



 ***



amei em cheio

meio amei-o

meio não amei-o






*



moinho de versos

movido a vento

em noites de boemia


*** 


vai vir o dia

quando tudo que eu diga

seja poesia


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