JOSÉ PANCETTI
O MAR
De Dorival Caymmi
Com o próprio Dorival
O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito
O mar... pescador quando sai
Nunca sabe se volta, nem sabe se fica
Quanta gente perdeu seus maridos seus
filhos
Nas ondas do mar
O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito
Pedro vivia da pesca
Saia no barco
Seis horas da tarde
Só vinha na hora do sol raiá
Todos gostavam de Pedro
E mais do que todas
Rosinha de Chica
A mais bonitinha
E mais bem feitinha
De todas as mocinha lá do arraiá
Pedro saiu no seu barco
Seis horas da tarde
Passou toda a noite
Não veio na hora do sol raiá
Deram com o corpo de Pedro
Jogado na praia
Roído de peixe
Sem barco sem nada
Num canto bem longe lá do arraiá
Pobre Rosinha de Chica
Que era bonita
Agora parece
Que endoideceu
Vive na beira da praia
Olhando pras ondas
Andando rondando
Dizendo baixinho
Morreu, morreu, morreu, oh...
O mar quando quebra na praia
JOSÉ PANCETTI
É DOCE MORRER NO MAR
De Dorival Caymmi
Com Caetano Veloso
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
A noite que ele não veio foi
Foi de uma tristeza para mim
Saveiro voltou sozinho
Triste noite foi para mim
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
Saveiro partiu de noite foi
Madrugada não voltou
O marinheiro bonito
Sereia do mar levou
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
Nas ondas verdes do mar meu bem
Ele se foi afogar
Fez sua cama de novo
No colo de Iemanjá
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
JOSÉ PANCETTI
"É Doce Morrer no Mar"
nasceu durante uma reunião de amigos,
em casa do coronel João Amado de Faria,
pai de Jorge Amado.
No calor da festa, o compositor criou a canção
sobre um tema de "Mar Morto",
romance de Jorge sobre os mestres de
saveiros.
FONTE: REVISTA ÉPOCA ON LINE
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Dorival Caymmi (1914-2008) foi um cantor e
compositor brasileiro. Cantava os costumes e as tradições da Bahia. Entre suas
canções de sucesso, estão "Samba da Minha Terra", "Marina",
"Samba da Bahia", "O Dengo Que a Nega Tem" e "Saudade
de Itapoã".
Dorival nasceu em Salvador, Bahia, no dia 30 de
abril de 1914. Filho do funcionário público, descendente de italianos, Durval
Henrique Caymmi e de Aurelina Soares Caymmi, descendente de portugueses e
africanos. Seu pai tocava piano, violão e bandolim. Desde menino cantava no
coro da igreja.
Interrompeu os estudos no primeiro ano
ginasial, para trabalhar como auxiliar de escritório e, depois,
caixeiro-viajante. Nessa época aprende a tocar violão sozinho, desenvolvendo um
estilo pessoal, e compõe suas primeiras canções, como "No Sertão"
(1930). Começa a cantar no rádio e em 1935, estreia o programa "Caymmi e
Suas Canções Praieiras" na Rádio Clube da Bahia.
Em 1938, tenta a sorte no Rio de Janeiro.
Consegue apresentar-se na Rádio Transmissora cantando o samba "O Que É Que
a Baiana Tem?", mais tarde incluído no filme Banana da Terra (1938), com
Carmen Miranda, e que alcança sucesso nacional. Em 1939 passa a atuar na
prestigiosa Rádio Nacional no Rio de Janeiro, onde conhece a caloura Stella
Maris, com quem se casa. Emplaca nos anos 40 e 50 sucessos como "Samba da
Minha Terra" (1940), "Rosa Morena" (1942), "Marina"
(1947), "Não Tem Solução" (1952), "João Valentão" (1953) e
"Maracangalha" (1956), entre outros.
Nos anos 70, foi condecorado pelo governo baiano.
Apresenta as músicas "Oração para Mãe Menininha" (1972) e
"Modinha para Gabriela", da trilha sonora da novela Gabriela.
Com problemas cardíacos, passou a apresentar-se
esporadicamente em shows ao lado dos filhos Dori, Nana e Danilo, também músicos
de sucesso. Em 60 anos de carreira, Dorival Caymmi gravou cerca de 20 discos,
mas o número de versões de suas músicas feitas por outros intérpretes é
praticamente incalculável. Sua obra, considerada pequena em quantidade,
compensa essa falsa impressão com inigualável número de obras-primas. A editora
Lumiar lançou em 1994 o songbook com suas obras, acompanhado por três CDs.
Dorival Caymmi morre de falência múltipla dos
órgãos, no Rio de Janeiro, no dia 16 de agosto de 2008. Fonte: www.ebiografia.com
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