FOTO: REUTERS |
RENAN
É FATURA LIQUIDADA
Renan
é réu por crime de peculato – desvio
de
dinheiro público para seu usufruto
POR
RICARDO NOBLAT
BLOG
DO NOBLAT
06/12/2016
| 05h37
Se
a ministra Cármen Lúcia atender ao pedido do seu colega Marco Aurélio Mello, o
destino de Renan Calheiros (PMDB-AL) como presidente do Senado será selado em
definitivo na sessão de amanhã do Supremo Tribunal Federal (STF).
Renan
não é mais presidente do Senado desde o exato momento em que o ministro Marco
Aurélio assinou, ontem à tarde, a decisão de conceder liminar afastando-o do
cargo. Hoje, às 11h, Renan tomará conhecimento oficial da decisão.
Não
tomou ontem à noite porque não quis. Mandou embora o oficial da Justiça que foi
até sua casa para entregar-lhe cópia da decisão. Renan estava atônito e mal
informado. Cogitava entrar com uma ação no STF contra a decisão de Marco
Aurélio.
Não
sabia que o ministro já pedira a Cármen Lúcia para que a liminar fosse
apreciada no mérito com a maior urgência possível. O STF entrará de férias no
próximo dia 20. Seria inconcebível entrar de férias e deixar Renan pendurado
numa decisão provisória.
Dois
ministros ouvidos por este blog consideram pule de 10 a confirmação pelo
plenário do tribunal da decisão de Marco Aurélio. Ali há folgada maioria a
favor da retirada da linha de sucessão direta do presidente da República de réu
em ação penal.
Como
Temer não tem vice, quem o substitui é o presidente da Câmara e, na ausência
desse, o presidente do Senado.
Renan
é réu por crime de peculato – desvio de dinheiro público para seu usufruto.
Assim decidiu o tribunal na semana passada por oito votos a três. Por 6 votos a
zero, em novembro passado, o STF estava pronto para concluir que réu não pode
suceder o presidente.
O
julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Dias Toffoli. Só
faltavam votar ele e a ministra Carmén Lucia. O relator do caso era Marco
Aurélio. Que na liminar de ontem apenas foi coerente com o voto que deu em
novembro.
Na
sessão de amanhã, votarão os seis ministros que tinham firmado o entendimento
de que réu não pode suceder o presidente da República, e mais Toffoli, Carmen
Lúcia e dois ministros que não participaram do julgamento interrompido – Gilmar
e Lewandowisk.
Carmém
Lúcia é voto certo para confirmar a liminar. Se Toffoli, Gilmar e Lewandowisk
votarem contra, o placar será de sete a três. Luiz Roberto Barroso não votará
porque a ação foi apresentada pelo escritório onde ele trabalhava antes de ser
ministro.
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