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MINHA ESCOLA
A escola que eu frequentava era cheia
de grades como as prisões.
E o meu Mestre, carrancudo como um
dicionário;
Complicado como as Matemáticas;
Inacessível como Os Lusíadas de
Camões!
À sua porta eu estava sempre
hesitante...
De um lado a vida... — A minha
adorável vida de criança:
Pinhões... Papagaios... Carreiras ao
sol...
Vôos de trapézio à sombra da
mangueira!
Saltos da ingazeira pra dentro do
rio...
Jogos de castanhas...
— O meu engenho de barro de fazer
mel!
Do outro lado, aquela tortura:
"As armas e os barões
assinalados!"
— Quantas orações?
— Qual é o maior rio da China?
— A 2 + 2 A B = quanto?
— Que é curvilíneo, convexo?
— Menino, venha dar sua lição de
retórica!
— "Eu começo, atenienses,
invocando
a proteção dos deuses do Olimpo
para os destinos da Grécia!"
— Muito bem! Isto é do grande
Demóstenes!
— Agora, a de francês:
— "Quand le christianisme avait
apparu sur la terre..."
— Basta
— Hoje temos sabatina...
— O argumento é a bolo!
— Qual é a distância da Terra ao Sol?
— ?!!
— Não sabe? Passe a mão à palmatória!
— Bem, amanhã quero isso de cor...
Felizmente, à boca da noite,
eu tinha uma velha que me contava
histórias...
Lindas histórias do reino da
Mãe-d'Água...
E me ensinava a tomar a bênção à lua
nova.
***
Pernambucano, Ascenso
Ferreira (1895-1965) foi poeta e folclorista. Sua poesia é considerada um dos
marcos do Modernismo brasileiro. Suas obras: Catimbó, 1927; Cana Caiana, 1939; Xenhenhém,
1951; Poemas, 1951 (reunindo os três livros); O Maracatu, 1986, póstuma; Presépios
e pastoris, 1986, póstuma; Bumba Meu Boi, 1986, póstuma.
Que dizer, então, das simpatias? Calcinhas brancas para ter paz; amarelas para ter dinheiro. E por aí vai. Suponho que as devassas, por coerentes e pragmáticas, não usem calcinha alguma. Por Orlando Silveira
http://orlandosilveira1956.blogspot.com.br/2016/12/quase-historias-tempo-de-despertar.html#comment-form
Contar história como ninguém.
ResponderExcluirVerdade, amigo Pernambuco.
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