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Romualdo Bastos, como sabemos, virou quase unanimidade na Vila
Invernada. Por ali, é raro encontrar quem não teça loas à sua sabedoria,
forjada ao longo de anos de palavras cruzadas. A desafiar, de peito aberto e
olhos nos olhos, seus conhecimentos só um: o Velho Marinheiro, nosso Lobo do
Mar, caçador de bicho do pé imaginário – problema que o atormenta desde os anos
adolescentes.
Dizem as más línguas que a ira do senhor dos mares contra Romualdo
Bastos teve início com a reverência quase vassala que lhe dedicam os
frequentadores do bar do Carneiro. É mais que sabido que o Velho Marinheiro tem
paciência zero com baba-ovos. Sua irritação, porém – é o que dizem –, adquiriu proporções
inimagináveis por conta de Deolinda, que, viúva de defunto ainda quente, passou
a arrastar asas e exibir as ancas para o cruzadista de óculos de lentes grossas
e cara de acadêmico.
O Velho Marinheiro parece ter jurado o homem de morte – de morte
intelectual, porque, apesar das bravatas, é incapaz de matar um inseto, como
sabem bem os que o conhecem de perto. Sentindo-se cutucado por vara curta, o
Lobo do Mar foi pesquisar o prêmio de que se gabava tanto Romualdo Bastos.
Depois de semanas de inúmeros telefonemas e despesas sem fim, concluiu que o
cruzadista não mentia: de fato, ele obtivera o primeiro lugar no concurso
literário (categoria contos) de Carmo de Iemanjá, próspera cidade do nosso
vasto Nordeste, com 2,5 mil habitantes, se tanto.
O Lobo do Mar, para sossego de seu bicho de pé imaginário, descobriu
mais: apurou que, além de Romualdo Bastos, do tal concurso participara apenas
outro concorrente, ou melhor, outra concorrente: Jussara Bastos, sua esposa,
mulher de grande valor, mas sem fôlego para ler Caminho Suave de cabo a rabo.
Hora de colocar Romualdo Bastos em seu devido lugar. (OS - 2013)
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Argemiro nunca foi aluno brilhante. Do antigo primário à faculdade, o máximo que conseguiu foi assegurar, quando muito, uma vaga no grupo dos que não cheiram nem fedem. Ou seja: um lugar no pelotão dos medíocres...
Por Orlando Silveira, em "Argemiro foi com as outras e se deu (quase) muito bem"
http://orlandosilveira1956.blogspot.com.br/2016/12/quase-historias.html#comment-form
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