LULA; PRESIDENTE DE HONRA E DE FATO DO CLUBE DOS CAFAJESTES |
O
DIREITO DE AMPLA DEFESA
NÃO
INCLUI A LICENÇA PARA MENTIR
O jogo
sujo dos bacharéis do Instituto Lula consolidou
a
certeza de que falta alguém em Curitiba
POR
AUGUSTO NUNES
BLOG DO
AUGUSTO NUNES
22/12/2016
| 19h17
Os
advogados de Lula destacados para combater a Lava Jato na frente curitibana são
capazes de ver com nitidez assombros inacessíveis ao olhar dos seres normais.
Eles conseguem enxergar, por exemplo, a luz da compaixão na face oculta de um
degolador do Estado Islâmico. Ou traços de doçura e tolerância na alma de um
black-bloc. Ou, ainda, a marca da clemência no coração de um estuprador
compulsivo. Em contrapartida, não conseguem enxergar os limites da desfaçatez,
nem a linha divisória onde acaba a veemência e começa a boçalidade. É natural
que gente assim imagine que o direito de ampla defesa inclui a licença para
mentir.
Heráclito
Fontoura Sobral Pinto ensinou que o advogado é o primeiro juiz da causa. Se o
cliente matou alguém, o doutor que o defende não pode negar a existência do
homicídio — tampouco alegar que o autor do crime, ao atirar no peito da vítima,
no fundo pretendia explodir a própria testa. O papel reservado a advogados
éticos, explicou o grande jurista, é a apresentação de atenuantes que abrandem
a pena e, caso tornem justificável o assassinato, livrem o cliente da prisão.
Os que exterminam a verdade não são mais que rábulas dispostos a tudo para
impedir que se faça justiça. A essa linhagem pertencem os doutores a serviço do
ex-presidente metido (por enquanto) em cinco casos de polícia.
Ainda
bem que Sobral Pinto não viveu para ver o Brasil degradado e envilecido por 13
anos de hegemonia do clube dos cafajestes. Certamente seria tratado como otário
pela turma que se orienta nos tribunais pelo primeiro mandamento de todas as
ramificações da imensa tribo dos canalhas: os fins justificam os meios. Manter
Lula fora da gaiola é o fim que justifica mentiras, mistificações, chicanas,
vigarices e todos os golpes abaixo da cintura do juiz Sérgio Moro. O vale-tudo
repulsivo, tramado há poucas semanas num jantar que reuniu sacerdotes da seita
que tem como único deus o celebrante de missas negras, tem sido escancarado nas
audiências presididas pelo magistrado que personifica a Lava Jato.
Os
bucaneiros escalados para o fuzilamento da lei, da ética, da moral e dos bons
costumes interrompem falas dos representantes do Ministério Público, dirigem-se
aos gritos a Moro e, a cada dois minutos, exigem a submissão do juiz às quatro
palavras mágicas: direito de ampla defesa. Conversa fiada. O pelotão dos data
vênia sonha com a voz de prisão por desacato à autoridade que até agora não
ouviu. Nem ouvirá, avisa quem conhece o alvo das provocações. Desprovido de
argumentos, desculpas, pretextos ou explicações minimamente aceitáveis, que
amparassem ao menos a montagem de um simulacro de defesa, Lula merece a
presidência de honra do Movimento dos Sem-Álibi.
Uma
a uma, as invencionices foram demolidas por provas e evidências contundentes.
Lula se fantasiou de perseguido político. Sítios e apartamentos o devolveram à
condição de criminoso comum. Fez-se de vítima de rancores de Moro. Virou réu em
vários processos por decisão de outros magistrados. Denunciou uma trama
arquitetada para liquidar o PT. A maluquice ruiu com as baixas feitas pela Lava
Jato no PMDB e com a entrada de políticos do PSDB no pântano do Petrolão. A
adoção da estratégia do jogo sujo só serviu para consolidar a certeza de que
falta alguém em Curitiba.
Quem
age assim não merece o benefício da dúvida. Nem precisa de julgamento: no
Brasil democrático, nenhum inocente jamais fugiu do juiz.
CHARGE: ROQUE SPONHOLZ
Nenhum comentário:
Postar um comentário