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FILOSOFIA
Hora de comer — comer!
Hora de dormir — dormir!
Hora de vadiar — vadiar!
Hora de trabalhar?
— Pernas pro ar que ninguém é de
ferro!
TRADIÇÃO
Terraço da Casa-Grande de manhãzinha,
fartura espetaculosa dos coronéis:
— Ó Zé-estribeiro! Ó Zé-estribeiro!
— Inhôôr!
— Quantos litros de leite deu a vaca
Cumbuca?
— 25, seu Curuné!
— E a vaca malhada?
— 27, seu Curuné!
— E a vaca Pedrês?
— 35, seu Curuné!
— Sóó? Diabo! Os meninos hoje não têm
o qui mamar!
SUCESSÃO DE SÃO PEDRO
— Seu vigário!
Está aqui esta galinha gorda
que eu trouxe pro mártir São
Sebastião!
— Está falando com ele!
— Está falando com ele!
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Pernambucano, Ascenso
Ferreira (1895-1965) foi poeta e folclorista. Sua poesia é considerada um dos
marcos do Modernismo brasileiro. Suas obras: Catimbó, 1927; Cana Caiana, 1939; Xenhenhém,
1951; Poemas, 1951 (reunindo os três livros); O Maracatu, 1986, póstuma; Presépios
e pastoris, 1986, póstuma; Bumba Meu Boi, 1986, póstuma.
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