segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

CHÁ DAS CINCO: ASCENSO FERREIRA

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FILOSOFIA

Hora de comer — comer!
Hora de dormir — dormir!
Hora de vadiar — vadiar!
Hora de trabalhar?
— Pernas pro ar que ninguém é de ferro!




TRADIÇÃO

Terraço da Casa-Grande de manhãzinha, fartura espetaculosa dos coronéis:

— Ó Zé-estribeiro! Ó Zé-estribeiro!


— Inhôôr!


— Quantos litros de leite deu a vaca Cumbuca?


— 25, seu Curuné!


— E a vaca malhada?


— 27, seu Curuné!


— E a vaca Pedrês?


— 35, seu Curuné!


— Sóó? Diabo! Os meninos hoje não têm o qui mamar!



SUCESSÃO DE SÃO PEDRO

— Seu vigário!

Está aqui esta galinha gorda
que eu trouxe pro mártir São Sebastião!


— Está falando com ele!


— Está falando com ele!

***

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Pernambucano, Ascenso Ferreira (1895-1965) foi poeta e folclorista. Sua poesia é considerada um dos marcos do Modernismo brasileiro. Suas obras: Catimbó, 1927; Cana Caiana, 1939; Xenhenhém, 1951; Poemas, 1951 (reunindo os três livros); O Maracatu, 1986, póstuma; Presépios e pastoris, 1986, póstuma; Bumba Meu Boi, 1986, póstuma.


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