IMAGEM: ARQUIVO GOOGLE |
Papai
Noel – qualquer criança de hoje sabe disso – não existe, mas o “amigo oculto”
existe, sim. Está presente nas firmas, nas famílias, nos bares e becos. É uma
lástima. Muda o cenário, mas a desgraça é a mesma. De lá ou de cá, o “amigo
oculto” não arreda pé. Ser um deles não é coisa pra qualquer um. Sem uma dose
generosa de tolice, ninguém chega lá.
A
desgraça começa no sorteio, mas nele não termina. A maioria odeia o “amigo”
sorteado. “Ferrou”, diz o filho do meio, em casa, antes de pedir para que a mãe
(ou o pai, ou um dos irmãos) assuma o mico: “Porra, tirar o Paulinho não dá, é
pênalti!”.
Trocas
feitas, quase tudo acertado, chega-se à segunda etapa: “O que comprar para
aquele obeso mórbido do tio Adolfo, com míseros trinta reais”? Nada que preste, evidentemente. “Não
esquenta, não, filho. Meu cunhado não merece sua preocupação”, argumenta a mãe.
O pai – irmão mais velho do tio – não deixa por menos: “Filho, seu tio é uma besta.
É capaz de lhe dar uma cueca usada. Não esquenta”.
Eis
que chega o grande dia, hora de trocar presentes, de mostrar o imenso amor que
une a família. A personagem de Botero toma a palavra, em tom de suspense:
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Meu amigo oculto é... Gorduchinho. Bonitinho. Amor de criatura.
As
dicas são inservíveis. Ali, todo mundo é gordo. Beleza é coisa relativa. Amor
de criatura não quer dizer nada. Mas o gordo mórbido acertou na mosca:
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Sou eu.
E lá foi ele cumprir seu duro dever:
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Meu amigo oculto é...(OS)
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