FOTOS: INSTITUTO MOREIRA SALLES
Haruo Ohara (Kochi, Shikoku, Japão, 1909 — Londrina, PR, 1999) emigrou com a
família para o Brasil em 1927 e trabalhou como colono numa fazenda de café no
interior de São Paulo. Em 1933 transferiu-se para as terras adquiridas no norte
do Paraná, onde a cidade de Londrina estava nascendo. Haruo trabalhou na
plantação de café e iniciou a produção de frutas e flores. Casado desde 1934
teve nove filhos. Fotografou a partir de 1938, data em que adquiriu uma câmara
de José Juliani, fotógrafo de Londrina e seu amigo. Fez auto-retratos e
fotografou os filhos, familiares, amigos, frutos da terra e paisagens. São
imagens cuidadosas, profundamente serenas que evidenciam sua filosofia de vida
e seu encantamento com a natureza. Em
1951, com o avanço da cidade, os Ohara tiveram que vender a propriedade para
dar lugar à construção do novo aeroporto. Haruo Ohara passou a residir num
casarão na cidade. Adquiriu outras terras, no município de Terra Boa, porém
continuou residindo na cidade. Nesta época, intensificou a atividade
fotográfica sempre carregando uma câmara nas suas andanças. Em 1951 foi um dos
fundadores do Foto-cine Clube de Londrina, associou-se ao Foto-cine Clube
Bandeirantes de São Paulo e participou dos salões fotográficos. Assinou
revistas especializadas, leu muito, pesquisou e conheceu a estética fotográfica
de seu tempo. No final da década de 1970 Haruo abandonou a fotografia em preto
e branco e escolheu a foto colorida. Neste período fotografou as flores, as
árvores da cidade e os eventos familiares. Começou a ter alguns reconhecimentos
pela sua arte. Em 1988, data comemorativa dos 80 anos de imigração japonesa no
Brasil, foi homenageado pelo pioneirismo e pela obra fotográfica que representa
a memória de Londrina. A primeira exposição individual, com 70 fotos, foi
organizada dez anos depois, em 1998, por iniciativa do Festival Internacional
de Teatro de Londrina, sendo apresentada também na 2ª. Bienal Internacional de
Fotografia Cidade de Curitiba. O fotógrafo e curador Orlando de Azevedo,
aprofundou a pesquisa e em 2000 apresentou uma exposição de 160 obras na 3ª
Bienal Internacional de Fotografia Cidade de Curitiba. O arquivo de Haruo
Ohara, guardado em Londrina com a família, consta de cerca de 10.300 negativos
em preto e branco e um número equivalente em cor.
(FONTE: COLEÇÃO PIRELLI)
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