PARIS - 1975
PARIS - 1975
PARIS - 1975
PARIS - 1976
PARIS - 1971
PARIS - 1975
LONDRES - 1991
***
***
A obra
do fotógrafo carioca Alécio de Andrade (1938 – 2003) é marcada pelo olhar
lírico que ele lançou sobre seus temas preferidos, agrupados em três vertentes
principais: o universo lúdico da infância, os retratos de personalidades do
mundo das artes e as cenas cotidianas da capital francesa. Neste último bloco,
destaca-se o conjunto de imagens que produziu no Museu do Louvre, capturando
aspectos surpreendentes da interação do público com as obras de arte.
Todas
essas facetas estão presentes no portfólio de 265 fotografias adquirido pelo
IMS em agosto de 2008 para compor uma exposição panorâmica de sua obra e o
livro que a acompanhou. Ao portfólio, juntou-se uma série especial de 88
imagens do Louvre para a exposição O Louvre e seus visitantes e para o livro
homônimo, lançado em 2009 pelo IMS e pela editora francesa Le Passage.
O
talento múltiplo – foi também poeta e pianista amador – e a personalidade
expansiva de Alécio impulsionaram sua carreira desde cedo. Logo após publicar
poesias em suplementos literários cariocas no começo dos anos 1960, tornou-se
amigo de escritores consagrados como Marques Rebelo e Carlos Drummond de
Andrade, que em 1964 já o louvava, em poema publicado no Jornal do Brasil, como
um fotógrafo de “dom sublime”. Nessa época, obteve do Ministério da Educação e
Cultura o apoio para sua primeira exposição individual, Itinerário da infância,
e viajou com ela até Paris, onde uma bolsa de estudos do governo francês o
estimulou a ficar por algum tempo. Tempo que se prolongaria por toda a vida.
Foi
correspondente da revista Manchete na capital francesa de 1966 a 1973 e, de
1970 a 1976, membro associado da famosa agência Magnum, que tivera entre seus
sócios-fundadores Henri Cartier-Bresson – de quem Alécio se tornou amigo e com
quem compartilhava a paixão pela câmera Leica e o fascínio pelo chamado
instante decisivo.
Publicou
em alguns dos principais órgãos de imprensa do Brasil, da Europa e dos EUA.
Tornou-se amigo do romancista americano James Baldwin e do pianista austríaco
Alfred Brendel, incorporando-os a uma galeria de retratados em que figuram
ainda Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Susan Sontag, Jean Genet, Michel
Foucault, Arthur Rubinstein, Pierre Cardin e todos os principais nomes da
cultura brasileira que passaram por Paris nos anos 1970.
Em
1981, já estabelecido como cronista visual da cidade, Alécio coassinou, com o
escritor argentino Julio Cortázar, também “parisiense”, o premiado livro Paris
ou la vocation de l’image [Paris ou a vocação da imagem]. Em 1992, com bolsa da
fundação Crédit Lyonnais, deu início ao minucioso estudo fotográfico sobre o
Louvre, ao mesmo tempo em que vasculhava seu arquivo em busca de imagens
antigas sobre o tema – como o famoso instantâneo de 1970 em que três freiras de
negro se absorvem na contemplação da nudez de As Três Graças, tela de
Jean-Baptiste Regnault.
Fonte: INSTITUTO
MOREIRA SALLES
Nenhum comentário:
Postar um comentário