terça-feira, 13 de dezembro de 2016

COLUNA DO CLÓVIS





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NOEL  (IMAGEM: ARQUIVO GOOGLE)




O POETA DA VILA

(Por Clóvis Campêlo) Noel Rosa, o Poeta da Vila, nasceu no dia 11 de dezembro de 1910, no bairro de Vila Isabel, na cidade do Rio de Janeiro. Nasceu de um parto muito difícil, que incluiu o uso de fórceps pelo médico obstetra, como medida para salvar as vidas da mãe e bebê. Segundo a Wikipédia, nasceu com hipoplasia (desenvolvimento limitado) da mandíbula, o que lhe marcou as feições por toda a vida e destacou sua fisionomia bastante particular. Faleceu na Cidade Maravilhosa, em 4 de maio de 1937. Mesmo morrendo tão jovem, vitimado pela tuberculose, teve tempo suficiente para criar grandes canções e tornar-se um dos mestres da MPB em todos os tempos.

Aliás, é difícil falar de Noel Rosa sem cair na redundância. Muito já foi dito e escrito sobre ele e suas composições. Entre suas músicas, tenho uma predileção especial por Último Desejo, não só pela interpretação marcante que lhe foi dada por Araci de Almeida, como também por ser a música preferida de dona Tereza, minha mãe, que a cantava na cozinha da nossa casa, no Pina, enquanto preparava os bifes para o almoço.

Consta que a música foi por ele composta para Juraci Correia de Morais, a Ceci, jovem dançarina que Noel conheceu no Cabaré Apolo, e por quem se apaixonou. Segundo o site Revista de História, "começaria aí um dos casos de amor mais líricos da história da canção popular brasileira".

Aliás, existe na MPB uma outra música, criada por Antônio Almeida e Ciro de Souza, contemporânea da composição de Noel Rosa, que também fala de uma Juraci (Desde o dia em que te vi, Juraci, nunca mais tive alegrias...) e que talvez faça referências à mesma pessoa.

Segundo o site Eternas Músicas, Último Desejo foi composta no ano de 1937 quando Noel Rosa com tuberculose já em estágio bastante avançado, e sentindo que não viveria muito tempo, compôs em homenagem ao seu grande amor. A composição teria sido uma espécie de despedida do poeta em relação à sua amada. Foi sua penúltima composição cuja letra foi entregue a Ceci por um amigo comum pouco antes do falecimento de Noel Rosa. A outra Juracy foi composta em 1941.

Último Desejo, aliás, que tem a sua primeira parte em tons menores, parece-nos um melancólico lamento. A segunda parte, em tons maiores, menos triste e mais propositiva, mostra-nos a disposição do poeta em impor de maneira firme e decidida a imagem que pretendia deixar como lembrança.

Ainda segundo a Wikipédia, Noel teve ao mesmo tempo várias namoradas e foi amante de muitas mulheres casadas. Em 1934, casou-se com Lindaura, moça da alta sociedade carioca. Mas era apaixonado mesmo por Ceci, a prostituta do cabaré, sua amante de longa data. Era tão apaixonado por ela, que escreveu e fez sucesso com outra música Dama do Cabaré, inspirada em Ceci, que mesmo na vida fácil, era uma dama ao se vestir e ao se comportar com os homens, e o deixou totalmente enlouquecido pela sua beleza. Ele dava-lhe presentes, joias, perfumes e ela o compensava com noites inesquecíveis de amor.

Com certeza, a música popular brasileira deve a este amor boêmio algumas das suas grandes composições.


Recife, dezembro 2016




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