FOTO: ARQUIVO GOOGLE |
O MUNDO
ESTÁ DIVIDIDO POR UM ”DIPROMA”
Às
vezes foi necessário dobrar mais do que o papel
do
diploma. Foi imprescindível dobrar interesses
POR
DEONÍSIO SILVA
BLOG
DO AUGUSTO NUNES
VEJA.COM
– 19/02/2017
Portugal
e o Brasil devem muito a seus diplomatas. As palavras “diploma”, “diplomacia” e
“diplomata” vieram do Grego e são do mesmo étimo do verbo “diplóo”, dobrar.
Às
vezes foi necessário dobrar mais do que o papel do diploma. Foi imprescindível
dobrar interesses, como aconteceu em diversos tratados com outras nações.
O
rei português Dom João II, o “príncipe perfeito”, era muito esperto. Depois de
recusar o plano que Cristóvão Colombo lhe apresentou para descobrir a América,
vendo que aquele genovês meio doido tinha chegado à América Central, pensando
entretanto ser o Japão, foi cuidar do Tratado de Tordesilhas. Afinal, o
navegador “descobrira” boa parte do que Portugal já conhecia e mantinha em
sigilo, incluindo o Brasil.
Sob
as bênçãos de Rodrigo Bórgia, nome civil do papa Alexandre VI, assinou a
divisão do mundo de um modo mais favorável para os portugueses do que para os
espanhóis, alargando para 370 léguas os limites a leste de Cabo Verde.
Todavia
o rei francês Francisco I, inconformado, perguntou: “Onde está o testamento de
Adão, que dividiu o mundo entre Portugal e Espanha?”. E também partiu para
conquistas ultramarítimas, chegando ao Brasil, com a França Antártica, no Rio,
e com a França Equinocial, em São Luís do Maranhão.
Já
o Brasil, cuja integridade territorial foi mantida graças à sabedoria de
governantes portugueses e brasileiros ao correr dos séculos, tornou-se ainda
maior do que era, por força de palavras e ações persuasivas de seu ministério
das Relações Exteriores, cuja figura histórica referencial é o Barão do Rio
Branco. Mas correu um risco danado em anos recentes, como agora se começa a
ver.
A
Casa é mais conhecida por Itamaraty, infelizmente hoje integrado por membros
que confundem diploma com “diproma”;
O
erro ortográfico é pequeno, mas dá indícios de outros erros, cuja correção é
urgente, ainda mais em se tratando de país com tantas fronteiras.
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