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QUEM
SALVARÁ O RIO DE SEUS POLÍTICOS?
A
corrupção não é monopólio do Rio. É possível que haja
mais
corrupção em outros Estados – a ver. Mas o Rio é
o
cartão postal do país interna e externamente.
E o
que ele mostra hoje dá nojo e revolta
Por
Ricardo Noblat
noblat.oglobo.globo.com
30/03/2017
- 05h53
O
destino do Rio de Janeiro depende unicamente dos que votarem no próximo ano
para eleger deputados estaduais, federais, senadores e o governador. Ou se
promove um gigantesco expurgo político capaz de entrar para a História do
Estado e, por tabela, do país ou não haverá salvação.
A
indiferença, o desânimo e o desencanto com a politica e os políticos são os
maiores aliados dos criminosos de colarinho branco que ainda esperam de alguma
forma sobreviver à devastação ora em curso. A polícia e a Justiça, sozinhas,
serão incapazes de dar conta do recado.
O
Rio está quebrado, econômica e politicamente. E não deve esperar ajuda a não
ser dos cariocas. Se causou assombro a prisão de quem o governou por oito ano
com índices geralmente altos de aprovação, o que não causará agora a descoberta
de que a corrupção arrombou a porta de um tribunal?
O
assombro da maioria que leva uma vida dura, sem tempo ou sem meios de cuidar de
outra coisa, é compreensível. Não é dos que tiveram mais sorte, são bem
informados e acompanham de perto o que se passa nas câmaras do poder. Esses, na
melhor das hipóteses, fecharam os olhos.
Podia-se
não ter uma ideia precisa do tamanho da quadrilha que se apoderou do aparelho
do Estado, ou do volume de dinheiro surrupiado por ela. Mas a identidade dos
principais quadrilheiros sempre foi conhecida, bem como a natureza dos seus
negócios.
Como
foi possível a nomeação para conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do
filho de um governador que julgaria mais tarde as contas do próprio pai? Ou de
um sujeito que a Justiça Eleitoral havia decidido cassar seu mandato de
deputado por abuso de poder econômico?
Os
malandros da Lapa conhecem a ficha de Jorge Picciani (PMDB), o presidente da
Assembleia Legislativa, avalista do governador citado em delações à Lava Jato,
e ultimamente encarregado de negociar com o governo federal o pagamento da
dívida do Rio. Ninguém mais conhecia?
A
corrupção não é monopólio do Rio. É possível que haja mais corrupção em outros
Estados – a ver. Mas o Rio é o cartão postal do país interna e externamente. E
o que ele mostra hoje dá nojo e revolta.
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