IMAGEM: VETOR |
SEGURE
A CARTEIRA,
PMDB
BRIGA CONSIGO MESMO!
Nessa
briga, o PMDB do Senado e o PMDB da Câmara
entram
com os punhos. E você, caro contribuinte,
entra
com a cara. Ou com o bolso
Por
Josias de Souza
UOL
– 09/03/2017 | 20:53
O
PMDB está em pé de guerra. A bancada da Câmara se engalfinha com o bloco do
Senado. O deputado Carlos Marun, general da tropa de Eduardo Cunha, disparou
primeiro. Defendeu o afastamento de envolvidos na Lava Jato dos postos de
direção partidária. Quer destituir, por exemplo, o senador Romero Jucá da
presidência do PMDB. Em reação, Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado,
afirma que Marun é o preposto de Cunha num plano para ocupar o governo e
controlar o PMDB.
Vamos
nos situar: de um lado, um deputado que até ontem pegava em lanças para evitar
a cassação do mandato de Eduardo Cunha. Do outro lado, o réu e
multi-investigado Renan Calheiros. Os dois revelam-se preocupados com a moral e
a ética. Você pode achar que é só uma piada. Mas o mais prudente é segurar a
carteira. Quando o PMDB resolve brigar, o contribuinte sempre sai machucado.
A
confusão atual ocorre num instante em que o governo precisa de estabilidade no
Legislativo para aprovar a reforma da Previdência. E a instabilidade tende a
aumentar assim que a Procuradoria-Geral da República liberar a nova enxurrada
de inquéritos abertos a partir das delações da Odebrechet. Os peemedebistas
trocam socos à beira do abismo.
Há
duas coisas por trás da falsa preocupação de Marun e Renan com a moralidade
pública. A primeira é uma briga por cargos no governo. A segunda razão, mais
importante, é uma disputa pelo controle do cofre do PMDB, onde estão guardadas
as verbas do fundo partidário. Dinheiro público. Hoje quem tem a chave desse
cofre é o PMDB do Senado. O tesoureiro é o senador Eunício Oliveira. E os
deputados querem definir desde logo quanto cada um poderá gastar nas eleições
do ano que vem. Se for pouco dinheiro, planejam aumentar o valor do fundo
partidário para 2018 no Orçamento da União.
Ou
seja: nessa briga, o PMDB do Senado e o PMDB da Câmara entram com os punhos. E
você, caro contribuinte, entra com a cara. Ou com o bolso.
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