sexta-feira, 31 de março de 2017

NÚBIA NONATO


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Desapego

Já me desfiz de quase tudo,
roupas antigas em bom estado,
bijuterias, quinquilharias,
brincos dourados e pulseiras
coloridas.
Sapatos, sandálias que nem
combinam com meus pés tão
familiarizados com a dureza
do chão.
Espelhos são raridades, já
conheço meu rosto de cor e
salteado.
As flores perecem no galho
que o tempo seja o seu algoz.
De uma coisa ainda não me
desfiz, da poesia.
Tentei ver-me sem ela.
Tentei despir-me dela.
Tentei rezar sem ela...
Que me perdoem os deuses,
mas esta parceria é com os
anjos que cansados de
uma cadência repetitiva
sopram-me faíscas.

(Núbia Nonato) 

***
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 Em casa, Otávio resolveu fazer o que há muito não fazia: 
olhar-se no espelho. Quase enfartou. Era uma réplica piorada do capeta. 
Um caco ensebado. Tinha que pôr um fim naquilo. 
Por Orlando Silveira
http://orlandosilveira1956.blogspot.com.br/2017/03/na-proxima-segunda-ok.html#comment-form

 

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