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A FLOR DO MARACUJÁ
De Catulo da Paixão Cearense
Encontrando-me
com um sertanejo
Perto
de um pé de maracujá
Eu
lhe perguntei:
Diga-me
caro sertanejo
Porque
razão nasce roxa
A
flor do maracujá?
Ah,
pois então eu lhi conto
A
estória que ouvi contá
A
razão pro que nasci roxa
A
flor do maracujá
Maracujá
já foi branco
Eu
posso inté lhe ajurá
Mais
branco qui caridadi
Mais
brando do que o luá
Quando
a flor brotava nele
Lá
pros cunfim do sertão
Maracujá
parecia
Um
ninho de argodão
Mais
um dia, há muito tempo
Num
meis que inté num mi alembro
Si
foi maio, si foi junho
Si
foi janero ou dezembro
Nosso
sinhô Jesus Cristo
Foi
condenado a morrer
Numa
cruis crucificado
Longe
daqui como o quê
Pregaro
cristo a martelo
E ao
vê tamanha crueza
A
natureza inteirinha
Pois-se
a chorá di tristeza
Chorava
us campu
As
foia, as ribera
Sabiá
também chorava
Nos
gaio a laranjera
E
havia junto da cruis
Um
pé de maracujá
Carregadinho
de flor
Aos
pé de nosso sinhô
I o
sangue de Jesus Cristo
Sangui
pisado de dô
Nus
pé du maracujá
Tingia
todas as flor
Eis
aqui seu moço
A
estória que eu vi contá
A
razão proque nasce roxa
A
flor do maracujá.
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Não sei se o pai salvou alma, mas tentou bom bocado.
Por Orlando Silveira
http://orlandosilveira1956.blogspot.com.br/2017/03/quase-historias-o-pai-foi-o-pai.html#comment-form
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CATULO DA PAIXÃO CEARENSE
"Catulo é bem a voz da terra brasílica" escreve Monteiro Lobato.Tão grande quanto seu talento era sua notória vaidade. Morava em uma casa de madeira em Engenho de Dentro que chamava hiperbolicamente de Palácio Choupanal. Nele recebia visitas de grandes nomes das letras, das artes e da política, Ao falecer já tinha assistido à inauguração de seu busto e era uma indiscutível glória nacional. (fonte.www.vagalume.com.br)
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