REDESCOBRIR
Gonzaguinha
Como
se fora brincadeira de roda
Jogo
do trabalho na dança das mãos
O
suor dos corpos na canção da vida
O
suor da vida no calor de irmãos
Como
um animal que sabe da floresta
Redescobrir
o sal que está na própria pele
Redescobrir
o doce no lamber das línguas
Redescobrir
o gosto e o sabor da festa
Pelo
simples ato de um mergulho
Ao
desconhecido mundo que é o coração
Alcançar
aquele universo que sempre se quis
E
que se pôs tão longe na imaginação
Vai
o bicho homem fruto da semente
Renascer
da própria força, própria luz e fé
Entender
que tudo é nosso, sempre esteve em nós
Somos
a semente, ato, mente e voz
Não
tenha medo, meu menino povo
Tudo
principia na própria pessoa
Vai
como a criança que não teme o tempo
Amor
se fazer é tão prazer que é como se fosse dor
MUNDO NOVO, VIDA NOVA
De Gonzaguinha
Buscar
um mundo novo, vida nova
E
ver, se dessa vez, faço um final feliz
Deixar
de lado
Aquelas
velhas estórias
O
verso usado
O
canto antigo
Vou
dizer adeus
Fazer
de tudo e todos bela lembrança
Deixar
de ser só esperança
E
por minhas mãos, lutando me superar
Vou
traçar no tempo meu próprio caminho
E
assim abrir meu peito ao vento
Me
libertar
De
ser somente aquilo que se espera
Em
forma, jeito, luz e cor
E
vou
Vou
pegar um mundo novo, vida nova
Vou
pegar um mundo novo, vida nova.
ELIS REGINA (Porto Alegre, 17 de março de 1945 — São Paulo, 19 de janeiro de 1982)
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