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-- Quer
saber, Osvaldo?
-- Não,
Maria. Não quero saber de nada.
-- Mas
vai saber mesmo assim.
-- O que
foi dessa vez, mulher?
--
Querido: se não fosse sua arrogância, sua vaidade, hoje, estaríamos bem de
vida.
--
Arrogância, vaidade? Que conversa besta!
-- Claro:
arrogância e vaidade, sim. Você trabalhou com tanta gente importante, mas nunca
pediu nada a ninguém, uma promoção, um bom emprego para os filhos. Por
arrogância, por vaidade.
-- Não é
verdade. Toda vez que pedi alguma coisa para alguém, ouvi promessas, nada mais.
-- Só que
todos os que trabalhavam com você progrediram. E a gente sempre na pior.
-- E a
vaidade? Onde ela entra?
--
Ganhava tapinha nas costas, recebia um elogio qualquer e chegava em casa todo
pimpão. Você foi um idiota.
-- Nesse
ponto, Maria, você está certa.
(ORLANDO SILVEIRA – JUNHO DE 2017/ ATUALIZADO EM
MARÇO DE 2017)
***
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