IMAGEM: ARQUIVO GOOGLE |
RENASCE
NO CONGRESSO
ARTICULAÇÃO
SOBRE CAIXA 2
Os
ministros do Supremo sinalizaram que não estão dispostos
a
permitir que o TSE seja usado como lavanderia de dinheiro imundo
POR
JOSIAS DE SOUZA
UOL –
08/03/2017 21:48
A
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal eletrificou o Congresso Nacional. Fez
isso ao levar o senador do PMDB Valdir Raupp ao banco dos réus. Abriu-se uma
ação penal em que o senador responderá pelos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro por ter registrado no TSE como doação legal R$ 500 mil
recebidos de uma construtora que desviou o dinheiro da Petrobras.
A
decisão fez ressurgir no Congresso articulação suprapartidária para aprovar uma
lei criminalizando o caixa dois. Como se já não fosse crime. O objetivo é
isentar de culpa o caixa dois do passado, sob o argumento de que uma nova lei
não pode retroagir no tempo.
Os
ministros do Supremo sinalizaram que não estão dispostos a permitir que o TSE
seja usado como lavanderia de dinheiro imundo. No Congresso, ninguém atirou
pedras em Valdir Raupp. Em matéria de caixa dois, todos têm telhado de vidro.
Muitos têm não só o telhado, mas paletó de vidro, camisa de vidro, gravata de
vidro…
Uma
parte dos congressistas alega que é preciso separar o joio do trigo. Nessa
linha, políticos que receberam dinheiro não-contabilizado para fazer campanha
não deveriam ser confundidos com colegas que enriqueceram recebendo propinas. O
diabo é que, para a Procuradoria da República, não há mais trigo nesse enredo,
só joio. E para o eleitor, ficou muito difícil fazer esse tipo de distinção.
Depois que a política virou uma subsidiária da Odebrecht, todos os gatunos
parecem pardos.
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