17.03.2016
Dilma
e Lula (Foto: Arte Antonio Lucena)
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GUARDEM NA MEMÓRIA ESTE DIA:
16 DE MARÇO DE 2016
(Por Ricardo Noblat) De
manhã, ao dizer “sim” ao convite para ser o todo poderoso Ministro-Chefe da
Casa Civil da presidência da República, Lula, na prática, inaugurou seu
terceiro mandato, decretando assim o fim antecipado do segundo mandato de
Dilma.
À
tarde, ao quebrar o sigilo de parte das investigações da Lava-Jato, o juiz
Sérgio Moro acabou com o mal inaugurado terceiro mandato de Lula. Caberá ao
Congresso, com a pressa que o caso requer, providenciar um novo governo. O país
não pode ficar sem um.
A
ascensão de Lula deveu-se à inoperância do governo Dilma. A queda de Lula, à
sua arrogância, à sua desfaçatez, à sua ambição desmesurada, à sua
imprevidência e à sua falta de compromisso com valores e princípios. Nada disso
foi descoberto ontem.
Mas
tudo isso ficou escancaradamente à mostra com a divulgação do conteúdo de
conversas travadas ao telefone por Lula com Dilma, Ministros de Estado e
funcionários do segundo escalão do governo. Ouvir Lula falando o que falou
choca até os que imaginavam conhecê-lo um pouco.
De
resto, ficou demonstrado que ele e a presidente conspiraram juntos para dar uma
rasteira na Justiça. A nomeação de Lula para ministro não passou daquilo que
até os mais ingênuos desconfiavam: uma rota de fuga. Lula imaginou que fugiria
para o céu. Fugiu para o inferno.
Fica
para os doutos juristas concluírem o tipo de crime que Lula e Dilma cometeram,
se é que cometeram. Obstruíram a Justiça? Trata-se de crime de improbidade
administrativa da parte de Dilma? Ou de crime de quebra de decoro? Dilma poderá
ser acusada de crime de responsabilidade?
Se
ainda lhe restasse um pingo de grandeza, Dilma renunciaria ao cargo para evitar
os meses de incertezas, desavenças e conflitos que poderão marcar o processo de
impeachment. De Lula, não se espere um gesto de grandeza. Ele nunca o teve.
“Comprar
apoios de deputados e senadores
para
derrotar o impeachment? Lula sabe como fazê-lo.
Pressionar
ministros de tribunais superiores para que atendam aos seus interesses? Sem
problema. Não lhe parece indecente fazê-lo.
Na
verdade, ele não sabe o que é decência”
Nos
últimos meses, só cuidou de sobreviver à ameaça de ser preso. E é disso que
continuará a se ocupar. Uma vez dentro do governo, usará todos os instrumentos
que o poder lhe oferece para salvar a própria pele. Não lhe importa a que custo.
Se
necessário, tentará incendiar o país. Foi ele mesmo quem disse, recentemente,
ser o único político brasileiro com capacidade de realizar tal proeza. Em um
governo sob o seu comando, tudo será permitido desde que se alcancem os
objetivos desejados.
Comprar
apoios de deputados e senadores para derrotar o impeachment? Ele sabe como
fazê-lo. Pressionar ministros de tribunais superiores para que atendam aos seus
interesses? Sem problema. Não lhe parece indecente fazê-lo. Na verdade, ele não
sabe o que é decência.
Agir
para abafar escândalos, para reduzir a independência funcional da Polícia
Federal e, se possível, acabar com o que chama de República de Curitiba? Sua
eventual salvação depende disso. Considera-se um ungido por Deus a quem tudo é
permitido. E tem certeza que todos o temem.
Está
mais do que na hora de nos livrarmos dele.
RICARDO NOBLAT |
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