quarta-feira, 30 de março de 2016

QUASE HISTÓRIAS



UM RAPAZ CAUTELOSO

Renato Júnior pode ser acusado de muitas coisas, menos de degenerar. Pelo contrário. Jamais mediu esforços para superar os vícios do pai, o oportunismo da mãe e a falta de caráter do avô materno, seu ídolo. Não por acaso, ele é o orgulho da família. Desde que passou a integrar a assessoria do deputado – mais um favor que deve ao referido avô –, o rebento se empenha em fazer bem-feito o trabalho sujo que lhe cabe: carregar malas de dinheiro, saber tudo sobre as amantes e as falcatruas do chefe. E tira proveito disso. Planeja sair candidato a vereador. Mas já prometeu a si mesmo que não delegará a assessor nenhum certas tarefas, como as que ele cumpre com dedicação plena. Afinal, não se conhece bem a família de ninguém. Vai que o sujeito é como ele, do tipo que não degenera nunca. (OS - março 2016)


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