terça-feira, 15 de março de 2016

QUASE HISTÓRIAS

SEM LEMBRANÇAS, SEM HISTÓRIA

HOMEM DE PALAVRA

Ele sempre foi pessoa apegada demais, apegada demais em gente e animais. Quando seu cachorro de muitos e tantos anos morreu, jurou para si mesmo que jamais teria outro cão. Para evitar sofrimentos. Totó algum voltou a latir naquela casa.

Quando sua noiva se foi justamente com seu melhor amigo, companheiro de infância, ele radicalizou: numa só tacada jurou para si mesmo que jamais teria novos amores e novos amigos. E não os teve. Para não correr o risco de se decepcionar com umas e outros.   

Orgulha-se de ser homem de palavra, seu “não” é “não” para todo o sempre. Às vezes, lamenta não ter para quem contar esse traço de caráter do qual tanto se orgulha. Mas logo passa. (OS – 2016)


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