SEM LEMBRANÇAS, SEM HISTÓRIA |
HOMEM DE PALAVRA
Ele sempre foi pessoa apegada demais, apegada demais em gente e
animais. Quando seu cachorro de muitos e tantos anos morreu, jurou para si
mesmo que jamais teria outro cão. Para evitar sofrimentos. Totó algum voltou a
latir naquela casa.
Quando sua noiva se foi justamente com seu melhor amigo, companheiro
de infância, ele radicalizou: numa só tacada jurou para si mesmo que jamais
teria novos amores e novos amigos. E não os teve. Para não correr o risco de se
decepcionar com umas e outros.
Orgulha-se de ser homem de palavra, seu “não” é “não” para todo o
sempre. Às vezes, lamenta não ter para quem contar esse traço de caráter do
qual tanto se orgulha. Mas logo passa. (OS – 2016)
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