terça-feira, 29 de março de 2016

O CANTO DE VÓLIA

ROSA NEGRA




Ah! Rosa Negra!
Por que foges de mim?
Por que te escondes assim
Dos meus raios de Sol?

Temes, por acaso,
Que eu te creste as pétalas?
Mas eu posso ser para ti arrebol.
Ou quem sabe uma mansa alvorada?

Antes, procuravas me enfeitiçar,
Promessas de amor,
Lindos sonhos,
Madrugadas felizes.

E o meu verso,
Era para ti orvalho.
Julguei que olharias para mim,
Sempre com olhos de Primavera.

Mas, o inverno tomou conta de ti,
E o teu coração se enregelou,
E do doce sentimento, nada sobrou.
Apenas os espinhos é o que me ofertas.

E eu já nem sei como em ti chegar,
São tantos espinhos,
Que o meu carinho vai ficando ferido
Pelo caminho.

Ah! Rosa negra,
Se soubesses o amor que para ti tenho guardado!
Se soubesses da poesia,
Se soubesses da alegria!

Mas o teu coração deseja me esquecer...
E eu já nem me pergunto mais por quê.
Já depus as armas,
Já me imolei nessa batalha inglória.

Agora só espero que a noite caia sobre mim,
E que algum vento me leve para distante,
Porque voltei a ser um coração errante,
Que um dia se encantou por uma Rosa negra.


(15/08/2014)




Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
 engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica. 
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia) 
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário