sexta-feira, 18 de março de 2016

POLÍTICA/OPINIÃO: MARIA HELENA RUBINATO RODRIGUES DE SOUSA

18.03.2016 – BLOG DO NOBLAT

AÍ É QUE ESTÁ O BUSILIS


Pobre Brasil (Foto: Maarten Wolterink / Cartoon Movement)
Pobre Brasil (Foto: Maarten Wolterink / Cartoon Movement)


(Por Maria Helena Runinato Rodrigues de Sousa) O Brasil esfarelando, literalmente, e dona Dilma fica discutindo o sexo dos anjos! Em vez de tentar reverter os erros que cometeu e pedir desculpas à sociedade pelas conversas que teve com o ex-presidente Lula, ela se dedica a lutar pela manutenção do Poder.

E como luta? O que faz? O que diz? Desmente, com provas, que tenha feito o que fez? Que tenha ouvido o que ouviu? Toma atitudes positivas para reverter os erros que cometeu e que foram muitos?

Não, limita-se a reclamar do juiz Sergio Moro, do Ministério Público e a empossar, em seu ministério, o ex-presidente Lula. A personalidade dos dois, depois de 13 anos com o leme nas mãos, é mais do que conhecida do povo brasileiro e ninguém que tenha mais de dois neurônios acreditará que Lula não vai ser o presidente de facto e ela uma mera caneta sob o comando dele.

Estamos no pior dos mundos. Temos dois presidentes e não temos governo.

Vemos a presidente da República em vez de governar e tentar salvar o Brasil, ficar discutindo se alguma regra foi quebrada, ou seja, se o conteúdo das gravações podia ou não ter sido divulgado.

O que foi dito nessas gravações não poderia ter sido pensado, que dirá dito. Mas já que foi dito, tinha que ser revelado pela Justiça: nós, o povo, temos todo o direito de saber como pensam, agem e se acertam nossos governantes.

O que a gravação mostra é assustador! Nas mãos de quem estivemos e nas mãos de quem estamos! Em vez de discutir o conteúdo das gravações – conteúdo que enoja – vamos ficar discutindo se foi legal ou não? Primeiro temos que nos livrar da malta que nos desgoverna, depois, se for o caso, podemos julgar se o juiz Moro fez mal ou bem.


“Estamos no pior dos mundos.
Temos dois presidentes e não temos governo”


Nessas gravações ouvimos ofensas graves ao Supremo Tribunal Federal, ao Ministério Público, à Câmara dos Deputados, ao Senado Federal, à Receita Federal, numa linguagem que mostra muito bem como são baixos os instintos que as provocaram.

Lula pensa que essas instituições deveriam estar no bolso da Presidência da República. Mas como são isentas e independentes, Lula se revoltou e fez aquele comentário covarde pelo telefone.

Dona Dilma em algum momento reprovou o que dizia seu futuro novo ministro? Não, ela se limita a criticar a divulgação e não o que ouviu Lula dizer.

Dona Dilma e Lula ofendem muito o STF não só pelas palavras ditas ao telefone, como por difundir a ideia que ser julgado pelo STF é melhor para ele do que pela ‘República de Curitiba’, rótulo que ele quer colar no Juiz Sergio Moro.

“Quem será que redigiu a Carta Aberta do Lula a desmentir
 o que disse ao telefone? Carta onde troca a pele de jararaca
pela pele de um cordeirinho recém-nascido?”

Antes vivêssemos numa ‘República de Curitiba’! Mas vivemos mesmo é numa República desgovernada, que só pensa nos problemas pessoais de cada um de seus, digamos, dirigentes, e nunca no Brasil.

Mas, por estarem cegos pelo medo de perder o Poder, eles não atinaram que o STF não é um escudo para malfeitores, como imaginam. Nem escudo, nem abrigo. Ao contrário, a Corte mais alta de nossa Justiça será como tem sido até agora: isenta e impessoal.

Aí é que está o busílis. Os dois presidentes ainda não compreenderam nada.

Só tenho um pedido a São José, cujo dia é comemorado amanhã: que venha logo o impeachment e, com isso, novas eleições. Precisamos higienizar e, depois, reconstruir o Brasil. Enquanto ainda temos alguns alicerces!

Mas, antes de encerrar: quem será que redigiu a Carta Aberta do Lula a desmentir o que disse ao telefone? Carta onde troca a pele de jararaca pela pele de um cordeirinho recém-nascido?

Com João Santana preso, confesso que minha curiosidade é imensa...


Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
Maria Helena Rubinato
 Rodrigues de Sousa é professora e tradutora


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