A
criatura ia todos os dias ao parque próximo de sua casa. E por ali ficava um
tempão danado. Caminhava descalça, sem pressa alguma. Mandava beijos ao sol,
sorria para o vento, conversava com as plantas, trocava confidências com os
pássaros e recitava poemas para o gato pardo e sem dono, mas igualmente filho
do Pai.
Saía
do parque em paz com o mundo, tão leve quanto uma borboleta.
Mas
nada, nada mesmo, lhe dava maior satisfação que conversar com a velha e
frondosa árvore que fica a poucos metros do portão de saída. Era sempre sua
última – e mais longa – parada. Tinha certeza de que a árvore a ouvia com a
máxima atenção, compreendia seus sentimentos e que apenas não lhe respondia por
uma única razão: árvores não falam.
Mas,
um dia a árvore falou:
--
Querida criatura, três coisinhas: não fume antes de me abraçar, seu bafo é
insuportável; não pise nas minhas raízes; por fim, um pedido: vá vender sua
loucura em outra freguesia. (OS)
DOU TCHAU PRA TODO MUNDO
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Odeio
este treco que colocam nos vidros dos carros para escurecê-los. Sou míope. Na
dúvida, aceno para quem passa por mim na garagem do prédio. Ou do outro lado da
rua. Tanto faz. Na dúvida, sempre aceno.
Como
sabem, há dois tipos de míopes: os que passam por arrogantes, não cumprimentam
ninguém; e os que abanam as mãos para todo mundo, em especial para quem não
conhecem.
Pertenço
à segunda categoria: a dos tolos. Tchau. (OS)
Muito bom!!!
ResponderExcluirObrigado, Rodrigo. Apareça. A casa é nossa. Abraço.
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