SPONHOLZ |
19.03.2016
ACELERA-SE A QUEDA DO
GOVERNO
(Por Ricardo Noblat) No
melhor dos últimos dez dias para o governo, a Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) decidiu apoiar o impeachment; o ministro Gilmar Mendes, do Supremo
Tribunal Federal, suspendeu Lula da função de ministro-chefe da Casa Civil da
presidência; e o jornal mais importante do mundo, o The New York Times,
publicou duro editorial com críticas a Dilma.
Mesmo
assim, o dia poderia ter sido pior para Dilma, Lula e o PT. E se tivessem
fracassado as manifestações convocadas de apoio aos três? Elas até que não
fizeram feio nas atuais circunstâncias.
A
de São Paulo foi a maior, atraindo a participação de 80 mil pessoas, segundo a
Polícia Militar. Ou 95 mil, segundo o Datafolha. Ou 380 mil, segundo seus
organizadores.
Houve
manifestações em 55 cidades dos 26 Estados e no Distrito Federal. O público
total foi estimado em 1,2 milhão, segundo os organizadores. Ou 269 mil, segundo
as polícias militares.
Lula
discursou na manifestação na capital paulista, sendo ovacionado. Disse que
entrou no governo para ajudar Dilma. E anunciou a ressurreição do “Lulinha paz
e amor”.
Há
quinze dias, quando foi levado para ser ouvido pela Lava-Jato, Lula dissera que
naquele dia o “Lulinha paz e amor” acabara de morrer. Fez um discurso
incendiário prometendo percorrer o país no combate ao ”golpe” que está em
marcha para derrubar Dilma.
O
medo de ser preso, por fim, empurrou-o para a posição menos desconfortável de
ministro do governo.
“Dilma
está rouca de tanto repetir que o grampo foi ilegal.
Só
que foi legal, sim, por ter sido autorizado pelo juiz Moro.
Dilma
parece uma barata tonta desde então”
A
sensação compartilhada por políticos de todos os partidos, empresários,
banqueiros e até mesmo ministros de Estado é de queda iminente do governo.
Naturalmente,
se por iminente entender-se que algo dramático como isso poderá estar consumado
dentro de 60 a 80 dias. Ou antes, a depender de Dilma. Ela poderá renunciar
para não ser deposta.
Auxiliares
de Dilma confidenciam que ela chegou a admitir a hipótese da renuncia quando
Lula ainda não decidira virar ministro para escapar das garras de Moro.
A
hipótese se reapresentará novamente. Talvez quando ela concluir que a Comissão
Especial do Impeachment, formada por 65 deputados, recomendará a cassação do
seu mandato.
A
verdade é que a revelação de conversas de Lula ao telefone provocou estrago
irreparável na imagem dele. E também a maneira desastrosa como ele entrou no
governo para ser ministro.
Dilma
está rouca de tanto repetir que o grampo foi ilegal. Só que foi legal, sim, por
ter sido autorizado pelo juiz Moro. Dilma parece uma barata tonta desde então.
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