SAIR
Largar o cobertor, a cama, o
medo, o
terço, o quarto, largar
toda
simbologia e religião; largar o
espírito,
largar a alma, abrir a
porta
principal e sair. Esta é
a única vida
e contém inimaginável
beleza e
dor. Já o sol,
as cores da
terra e o
ar azul — o
céu do dia —
mergulharam
até a próxima aurora; a
noite está
radiante e Deus não
existe nem
faz falta. Tudo é
gratuito: as
luzes cinéticas das avenidas,
o vulto ao
vento das palmeiras
e a ânsia
insaciável do jasmim;
e, sobre
todas as coisas, o
eterno
silêncio dos espaços infinitos que
nada dizem,
nada querem dizer e
nada jamais
precisaram ou precisarão esclarecer.
Mexeu comigo...com minhas dúvidas, com a minha busca de explicação para algumas coisas!
ResponderExcluirGosto muito dos poemas de Antônio Cícero.
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