sábado, 12 de março de 2016

NÚBIA NONATO

LICENÇA

Desenterras a folha morta,
chapinhas como criança na
poça de água suja.
Recitas em voz alta a poesia
inerte.
Ressuscitas, no coração de
quem já desistiu, uma ponta
de esperança.
A janela antes lacrada liberta
os gemidos de uma engrenagem
enferrujada onde o sol impaciente
penetra sem pedir licença.





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