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O
QUE SERÁ DE RENAN
SEM O
JATINHO DA FAB?
Em
contato com o povo, Renan terá a oportunidade
de
explicar que, como qualquer pivete forçado a bater
carteira
para sobreviver, ele também é um produto
do
meio e das circunstâncias que o envolvem
POR
JOSIAS DE SOUZA
UOL –
06/12/2016 | 05:30
Renan
Calheiros não se conforma com a decisão de Marco Aurélio Mello. Em nota, o
senador disse que o ministro do Supremo Tribunal Federal agiu “contra o Senado”
ao retirá-lo do cargo que fazia o favor de ocupar. É compreensível que Renan
não enxergue no espelho a suspeição sem atenuantes. Se há na política alguém
que pode se considerar como um produto do meio é Renan.
O
problema está no Senado, não na conduta de Renan. A culpa é do sistema
político, que praticamente obrigou Renan a ser o Calheiros que ele é. Com todas
as facilidades, a impunidade e a cumplicidade que lhe asseguraram nos últimos
30 anos, Renan não poderia ser outra coisa. Natural que o senador se
surpreenda. Esperava mais tolerância e estímulo do Brasil.
Renan
não admite ser tratado como um Cunha qualquer, que traz a delinquência nos
genes. Decerto avalia que seu caso não é patológico, é um condicionamento
cultural. Não fosse a denúncia sobre a ex-amante, a filha e o bolsa-pensão da
Mendes Júnior, tudo continuaria como antes.
Na
noite passada, um aliado de Renan ruminava uma preocupação peculiar. Antes de
saber que o plenário do Supremo deve apreciar a liminar do ministro Marco
Aurelio já na sessão desta quarta-feira, o súdito de Renan imaginava que seria
possível preservar-lhe as mordomias.
Disse
o amigo de Renan: “A liminar é uma decisão provisória. Enquanto não for
afastado pelo plenário do Supremo, ele deixa o cargo, mas não perde as
prerrogativas de presidente. Pode, por exemplo, continuar requisitando jatos da
FAB. Que será do Renan sem a Força Aérea? Em voos de carreira, sua segurança
correria riscos!”
Assim
caminha o universo paralelo em que Renan se habituou a viver. Sua Excelência
tornou-se réu numa ação penal e protagonista de outros 11 processos judiciais,
oito dos quais relativos à Lava Jato. E seus devotos estão preocupados em
evitar que ele tenha contato o povo de grife dos aeroportos.
De
uns tempos para cá, o povo realmente passou a se comportar mal. No domingo
passado, o povo chegou a arremessar tomates num painel ornamentado com a foto
de Renan, em Curitiba. Mas o vaivém dos aeroportos pode fazer bem ao pajé de
Alagoas.
Em
contato com o povo, Renan terá a oportunidade de explicar que, como qualquer
pivete forçado a bater carteira para sobreviver, ele também é um produto do meio
e das circunstâncias que o envolvem. Se for convincente, Renan ouvirá mais
pedidos de perdão do que 'vai à…'.
A decisão proferida pelo STF, foi mais que providencial, oportuna.
ResponderExcluirEm um momento onde a população comparece em massa nas ruas para manifestar sua insatisfação, há o risco eminente de eclosão de uma convulsão social.
A sociedade brasileira demonstra claramente sua insatisfação com a classe política que insiste em praticar sucessivos desvios ao erario publico.