quarta-feira, 9 de novembro de 2016

POLÍTICA/OPINIÃO: JOSIAS DE SOUZA



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CABRAL E PEZÃO: INCOMPETÊNCIA E CINISMO (*)




RIO SOFRE EFEITOS DA RUÍNA
DA ERA CABRAL - PEZÃO

O governador carioca diz que o pacote de maldades
que editou contém medidas que olham para o futuro.
O futuro a Deus pertence. O problema agora é saber
quem responderá pelo passado de incompetência
de políticos como Cabral e Pezão

POR JOSIAS DE SOUZA
UOL – 08/11/2016 | 21:36
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O Rio de Janeiro é o exemplo extremo de um fenômeno nacional: pelo menos 16 Estados estão quebrados ou em situação pré-falimentar. Algo como 70% dos mais de 5 mil municípios brasileiros estão no vermelho. Governadores e prefeitos olham para Brasília. Mas só encontram cofres vazios. O governo federal também foi à breca. Luta para aprovar no Senado o teto para limitar os seus gastos.

O destino foi especialmente implacável com o governador do Rio de Janeiro. Como se sabe, Luiz Fernando Pezão é sucessor de Sérgio Cabral, de quem foi vice-governador. A dupla firmou com os governos de Lula e Dilma uma parceria perfeita. Até governadores petistas tinham ciúmes do modo como os presidentes do PT tratavam Cabral e Pezão. Súbito, os ventos viraram.

Durante a era petista, em nenhum outro Estado Lula e Dilma despejaram tantos recursos federais como no Rio de Janeiro. Ironicamente, a conta chegou num instante em que o Planalto é chefiado por Michel Temer, do PMDB, o mesmo partido de Cabral e Pezão. Brasília agora, em vez de enviar recursos, bloqueia contas do Rio, para evitar que o Estado dê calote na dívida com a União.

O governador Pezão diz que o pacote de maldades que editou contém medidas que olham para o futuro. O futuro a Deus pertence. O problema agora é saber quem responderá pelo passado de incompetência de políticos como Cabral e Pezão.

FALTA AO PACOTE DE PEZÃO
UM PEDIDO DE PERDÃO

UOL – 08/11/2016 | 16:44

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SERVIDORES INVADEM ASSEMBLEIA NO RIO (**)


 

Luiz Fernando Pezão, governador do Rio de Janeiro, informa que o Estado só tem dinheiro para pagar sete dos 13 salários da folha dos servidores em 2017. Ele diz isso para convencer as pessoas a digerirem o pacote de maldades que seu governo editou. ''Quando há déficit, todos são chamados para colaborar''.

Faltam a esse discurso ensaiado do governador duas coisas. A primeira é uma pergunta: “Como foi que Pezão chegou a essa situação?” A segunda coisa é um bom e convincente pedido de desculpas. Sem isso, faltará a Pezão, além do dinheiro, autoridade para conter badernas como a promovida por policiais que acham que podem cercar e até invadir a Assembléia Legislativa.

Por ora, Pezão diverte a plateia com suas platitudes. Produz frases desse tipo: ''Claro que a gente torce para a economia melhorar, mas não podemos contar com isso e temos que ter medidas que olhem para o futuro e para as dificuldades que teremos''.

O futuro, como se sabe, a Deus pertence. Mas e quanto ao passado do Rio de Janeiro, quem responderá por ele? Políticos não gostam de autocrítica. Mas Pezão não será levado a sério enquanto não começar a refletir sobre o caos a partir de uma admissão dos erros cometidos pelo grupo político que representa.

A crise do Rio não é obra do alheio. Foi produzida pela irresponsabilidade, a imprudência e os desvios praticados nos últimos 13 anos pelas administrações do PMDB, comandadas ora por Sérgio Cabral ora por Luiz Fernando Pezão. O mínimo que os cidadãos merecem é um gesto de contrição. Não resolve o problema. Mas atenua a sensação de desrespeito. (JS)

(*) FOTO: JORGE WILLIAN/AGÊNCIA O GLOBO


(**) FOTO: NELSON LIMA NETO/EXTRA

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