CABRAL E PEZÃO: INCOMPETÊNCIA E CINISMO (*) |
RIO
SOFRE EFEITOS DA RUÍNA
DA
ERA CABRAL - PEZÃO
O
governador carioca diz que o pacote de maldades
que
editou contém medidas que olham para o futuro.
O
futuro a Deus pertence. O problema agora é saber
quem
responderá pelo passado de incompetência
de
políticos como Cabral e Pezão
POR
JOSIAS DE SOUZA
UOL –
08/11/2016 | 21:36
.
O
Rio de Janeiro é o exemplo extremo de um fenômeno nacional: pelo menos 16 Estados estão quebrados ou em
situação pré-falimentar. Algo como 70%
dos mais de 5 mil municípios
brasileiros estão no vermelho. Governadores e prefeitos olham para Brasília.
Mas só encontram cofres vazios. O governo federal também foi à breca. Luta para
aprovar no Senado o teto para limitar os seus gastos.
O
destino foi especialmente implacável com o governador do Rio de Janeiro. Como se
sabe, Luiz Fernando Pezão é sucessor de Sérgio Cabral, de quem foi vice-governador.
A dupla firmou com os governos de Lula e Dilma uma parceria perfeita. Até
governadores petistas tinham ciúmes do modo como os presidentes do PT tratavam
Cabral e Pezão. Súbito, os ventos viraram.
Durante
a era petista, em nenhum outro Estado Lula e Dilma despejaram tantos recursos
federais como no Rio de Janeiro. Ironicamente, a conta chegou num instante em
que o Planalto é chefiado por Michel Temer, do PMDB, o mesmo partido de Cabral
e Pezão. Brasília agora, em vez de enviar recursos, bloqueia contas do Rio,
para evitar que o Estado dê calote na dívida com a União.
O
governador Pezão diz que o pacote de maldades que editou contém medidas que
olham para o futuro. O futuro a Deus pertence. O problema agora é saber quem
responderá pelo passado de incompetência de políticos como Cabral e Pezão.
FALTA
AO PACOTE DE PEZÃO
UM
PEDIDO DE PERDÃO
UOL –
08/11/2016 | 16:44
SERVIDORES INVADEM ASSEMBLEIA NO RIO (**) |
Luiz
Fernando Pezão, governador do Rio de Janeiro, informa que o Estado só tem
dinheiro para pagar sete dos 13 salários da folha dos servidores em
2017. Ele diz isso para convencer as pessoas a digerirem o pacote de maldades
que seu governo editou. ''Quando há déficit, todos são chamados para
colaborar''.
Faltam
a esse discurso ensaiado do governador duas coisas. A primeira é uma pergunta:
“Como foi que Pezão chegou a essa situação?” A segunda coisa é um bom e
convincente pedido de desculpas. Sem isso, faltará a Pezão, além do dinheiro,
autoridade para conter badernas como a promovida por policiais que acham que
podem cercar e até invadir a Assembléia Legislativa.
Por
ora, Pezão diverte a plateia com suas platitudes. Produz frases desse tipo:
''Claro que a gente torce para a economia melhorar, mas não podemos contar com
isso e temos que ter medidas que olhem para o futuro e para as dificuldades que
teremos''.
O
futuro, como se sabe, a Deus pertence. Mas e quanto ao passado do Rio de
Janeiro, quem responderá por ele? Políticos não gostam de autocrítica. Mas
Pezão não será levado a sério enquanto não começar a refletir sobre o caos a
partir de uma admissão dos erros cometidos pelo grupo político que representa.
A
crise do Rio não é obra do alheio. Foi produzida pela irresponsabilidade, a
imprudência e os desvios praticados nos últimos 13 anos pelas administrações do
PMDB, comandadas ora por Sérgio Cabral ora por Luiz Fernando Pezão. O mínimo
que os cidadãos merecem é um gesto de contrição. Não resolve o problema. Mas
atenua a sensação de desrespeito. (JS)
(*) FOTO: JORGE WILLIAN/AGÊNCIA O GLOBO
(**) FOTO: NELSON LIMA NETO/EXTRA
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