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A
REINCIDÊNCIA DE DUDA MENDONÇA CONFIRMA:
O
MARQUETEIRO DO REINO SEMPRE ESTEVE
AO
LADO DE RATOS
Para
escapar da Lava Jato, o inventor do Lulinha Paz e Amor
e
dos roedores da bandeira nacional reprisa a vigarice
que
o livrou do Mensalão
POR
AUGUSTO NUNES
VEJA.ABRIL.COM
08/11/2016
| 19:10
Em
agosto de 2005, o marqueteiro Duda Mendonça apareceu sem avisar na CPI que
investigava o escândalo do Mensalão. Chorando lágrimas de esguicho, na imagem
perfeita de Nelson Rodrigues, jurou que fora obrigado a abrir contas ilegais
num paraíso fiscal para receber o pagamento pela campanha eleitoral de 2001.
Graças ao truque, o inventor do Lulinha Paz e Amor, caiu fora do processo que
se arrastava no Supremo Tribunal Federal ─ e escapou de uma possível temporada
na gaiola.
Na
semana passada, decidido a reprisar a vigarice, Duda apresentou-se sem marcar
hora a investigadores da Operação Lava Jato. Com voz embargada, confessou que
se viu forçado a recair na delinquência para embolsar o que lhe devia Paulo
Skaf, candidato a governador de São Paulo em 2014, que contratou os serviços do
ex-marqueteiro de Lula. E propôs um acordo: em troca da preservação do direito
de ir e vir, revelaria detalhes que pioram ainda mais o retrato do presidente
da Fiesp.
Pelo
menos três constatações recomendam que a proposta seja atirada à lata de lixo
mais próxima. Primeira: a delação premiada da Odebrecht, que abrange também a
campanha de Skaf, torna dispensável o que Duda tem a dizer. Segunda: o
marqueteiro chorão é um reincidente compulsivo. Terceira: esse defeito de
fabricação só tem conserto na cadeia. Se escapar de novo pelo atalho da
malandragem, daqui a 11 anos estará de volta para confessar que pecou outra
vez.
Na
campanha presidencial de 2002, aliás, fez sucesso o filmete (abaixo) criado por Duda em
que a bandeira do Brasil era roída em poucos segundos por um bando de ratos.
Exibida no horário eleitoral do PT, a peça de propaganda foi concebida para
vender a ideia de que o partido do candidato Lula detinha o monopólio da ética.
Os outros ─ “eles” ─ não passavam de assaltantes de cofres públicos.
O
Mensalão mostrou que os roedores que se multiplicam no comercial eleitoreiro
moravam nos esgotos do PT. O Petrolão provou que roeram furiosamente muito mais
do que bandeiras. O que parecia propaganda eleitoral era programa de governo.
Soube-se então que os bichos só pararam de fazer o que fazem no vídeo quando a
Lava Jato chegou. Agora se sabe também que Duda Mendonça sempre esteve do lado
dos ratos.
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