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BOA NOTÍCIA: PETROBRAS VOLTA
À EDITORIA ECONÔMICA
POR JOSIAS DE SOUZA
UOL – 14/10/2016, às 19:53
Num instante em que a Petrobras ainda frequenta o imaginário das
pessoas como um antro de incompetência e roubalheira, é uma tremenda novidade
que a estatal, transferida para a editoria de polícia, volte a frequentar as
manchetes do noticiário econômico. Além da importância econômica, a decisão da
Petrobras de reduzir o preço da gasolina e do diesel tem relevância política.
Pela primeira vez em muitos anos, o brasileiro tem a sensação de que a maior
estatal do país voltou a ser gerida segundo critérios exclusivamente
empresariais.
Na gestão de Dilma Rousseff, os preços dos combustíveis eram
decididos em Brasília, no Palácio do Planalto. Transparência zero. No ano
eleitoral de 2014, registrou-se uma passagem cômica. Aloizio Mercadante, então
chefe da Casa Civil, dizia que o governo represava tarifas e preços dos
combustíveis para o bem da sociedade. Guido Mantega, então ministro da Fazenda,
dizia que não, absolutamente, não havia controle artificial dos preços. E Dilma
se fingia de morta.
Pedro Parente, o novo presidente da Petrobras, promete transparência
na definição dos preços dos combustíveis, agora sem interferências alienígenas.
Isso é ótimo para os negócios. Na primeira reunião sobre o tema, o preço caiu.
Isso tem efeitos positivos sobre a inflação e os juros. Delfim Neto costumava
dizer que, se o governo administrar um circo, o anão começa a crescer. Se a
Petrobras se mantiver longe das nomeações políticas e a salvo dos sábios de
Brasília, a bilheteria do circo pode melhorar.
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