FOTO: ARQUIVO GOOGLE |
REELEIÇÃO
DE DILMA PODE TER CUSTADO
QUATRO
VEZES MAIS QUE O DECLARADO À JUSTIÇA
É improvável
que Temer seja afastado,
a
julgar pelo que se ouve em Brasília de ministros
do Supremo Tribunal Federal
POR
RICARDO NOBLAT
08/11/2016
- 04h37
“Foi
notoriamente um festival de abuso de poder econômico”, disse o ministro Gilmar
Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, a respeito do que a
ex-presidente Dilma Rousseff pode ter gastado em campanha para se reeleger em
2014.
Gilmar
falou para brasileiros e americanos reunidos, ontem, no Brazil Institute of
Wilson Center, centro de estudos sobre o Brasil sediado em Washington.
Oficialmente, Dilma gastou R$ 318
milhões. Especialistas calculam que o gasto chegou RS 1,3 bilhão.
A
palestra de Gilmar foi sobre o uso de caixa dois nas campanhas brasileiras –
dinheiro não declarado à Justiça que empresários doam e que políticos usam para
se eleger. Muitas vezes, parte desse dinheiro simplesmente é embolsada por quem
o recebe.
E
com frequência, trata-se de dinheiro que resulta de superfaturamento de obras
públicas. Quer dizer: dinheiro público, que devolvido a partidos e a políticos
serve para financiar campanhas ou simplesmente enriquecê-los.
A
Justiça Eleitoral apura se dinheiro de propina da Petrobras alimentou a
campanha de Dilma. Se concluir que sim, a chapa Dilma-Temer poderá ser
impugnada. Para Dilma não mudará nada, mas Temer seria afastado da presidência
da República.
Segundo
Gilmar, só no próximo ano haverá uma decisão a respeito. “O tribunal vai ter de fazer uma avaliação
dentro de um quadro de grande responsabilidade institucional, porque de fato já
temos instabilidade de sobra no nosso contexto”, afirmou.
Caso
Temer perdesse o cargo, caberia ao Congresso eleger o substituto dele que
governaria até a eleição do próximo presidente em 2018. Mas é improvável que
Temer seja afastado, a julgar pelo que se ouve em Brasília de ministros do
Supremo Tribunal Federal.
O
mais certo é que aconteça o que Gilmar insinuou ao observar:
-
Independentemente do resultado e da posição que o tribunal venha a assumir,
esse caso vai ser um caso histórico, pois vai nos permitir saber o que foi
feito na campanha de 2014. E vai nos permitir dizer 'isso não se pode mais
fazer'.
Nenhum comentário:
Postar um comentário