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PT
ARTICULA ATOS PRÓ-LULA
E
ESQUECE SEUS PRESOS
POR
JOSIAS DE SOUZA
UOL –
04/11/2016, ÀS 05H38
Num
instante em que os investigadores da Lava Jato avaliam que Lula precisa de
interrogatórios, o PT e seus aliados providenciam mais solidariedade. Lançarão
na quinta-feira (10) da semana que vem uma campanha “em defesa da democracia,
do estado de direito e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”
O
movimento ignora companheiros que eram festejados em eventos partidários como
“guerreiros do povo brasileiro” e hoje estão presos em Curitiba. Entre eles os
condenados José Dirceu e João Vaccari. Ou Antonio Palocci, enviado pelo juiz
Sérgio Moro ao banco dos réus nesta quinta-feira.
Para
Lula, um manifesto com passagens assim: “Na democracia, o Brasil conheceu um
período de estabilidade institucional e de avanços econômicos e sociais,
tornando-se um país melhor e menos desigual. Mas essa grande conquista coletiva
encontra-se ameaçada por sucessivos ataques aos direitos e garantias, sob
pretexto de combater a corrupção.” Para os demais, nenhuma palavra.
A
chance de os rapapés dirigidos a Lula surtirem algum efeito jurídico é nula. A
hipótese de o esquecimento dos demais encrencados produzir mágoas é total. O
petismo ainda não se deu conta mas o histórico de delações da Lava Jato revela
que o pior tipo de solidão é a companhia dos advogados na carceragem de
Curitiba.
Pós-graduado
em prisão, Dirceu ainda desfruta da companhia do próprio ego. Mas Vaccari emite
sinais de depressão. E Palocci é visto pelos correligionários como uma alma
frágil. Receia-se que não resista a uma rotina em que o sujeito vive roendo a
própria solidão como uma rapadura sem doce.
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