ROQUE SPONHOLZ |
AQUI
SE BRIGA, LÁ SE DECIDE
Neste
momento, há duas cidades em que se define
o
futuro brasileiro: Washington, por motivos óbvios,
e
Curitiba, por motivos ainda mais óbvios
POR
CARLOS BRICKMANN
BLOG
DO AUGUSTO NUNES
06/11/2016
às 6:20
Já
se fala numa chapa só tucana para a eleição presidencial: a Min-Asia,
Alckmin-Anastasia, unindo Aécio, padrinho político do ex-governador mineiro
Alberto Anastasia, e o governador Alckmin. Mas quem avisa Serra de que ele, bem
relacionado com o PMDB, ministro de Temer, está fora? E qual o sentido de montar uma chapa no mundo
das delações premiadas, em que não se sabe qual inatacável de hoje vai virar o
bandido de amanhã?
A
propósito, um providencial pedido de vista do ministro Toffoli adiou o parecer
do Supremo sobre a presença de réus na linha de sucessão presidencial. Com
isso, Renan pode até ter alguma denúncia aceita pelo Supremo sem perder o
cargo, no qual é o terceiro na linha de sucessão. Assim, a decisão fica para o
ano que vem – depois do Carnaval, claro. Os aliados de Renan festejam, os
adversários lastimam, este País não tem jeito.
E,
no entanto, o balê de Brasília não tem a menor importância. Neste momento, há
duas cidades em que se define o futuro brasileiro: Washington, por motivos
óbvios (embora ninguém se atreva a prever o que significa para nós a vitória de
Hillary ou de Trump nas eleições de hoje), e Curitiba, por motivos ainda mais
óbvios. É em Curitiba que estão no forno delações que podem mudar o balanço de
forças no país. É em Washington que se decide como funcionarão os acordos de
comércio dos países ricos e quais nossas chances de participar.
E
Brasília? Vai bem, obrigado.
CARLOS BRICKMANN É JORNALISTA |
CAFÉ
COM LEITE
A
turma da Min-Asia parece que quer repetir a antiga política do café com leite,
em que os partidos Republicano Paulista e Republicano Mineiro indicavam
alternadamente presidente e vice (assim se governou o Brasil de 1899 a 1930, de
Campos Salles a Prudente de Moraes). Mas os tempos mudaram, o sentido das
palavras mudou, e até que o nome da política não está errado.
Existirá
chapa mais café-com-leite do que Alckmin-Anastasia?
TEM
QUEM TENTE
Pode
não existir, mas há tucanos tentando. Com o crescimento de Alckmin, vencedor em
São Paulo, buscam anulá-lo com um pacto entre Aécio e Serra. Os dois estão tão
próximos que Aécio ofereceu uma nota de solidariedade a Serra, acusado de ter
recebido doações clandestinas da Odebrecht. Ambos até marcaram uma conversa
política em São Paulo.
APENAS
RELEMBRANDO
O
PSDB é um partido formado exclusivamente por amigos em que todos são inimigos
uns dos outros.
VESTINDO
A FANTASIA
O
Globo dá a notícia em primeira mão: Dilma Rousseff vai ganhar um bloco de
Carnaval, o Bloco da Querida. Letícia Sabatella será a madrinha. E Dilma pode
até participar da festa, talvez fantasiada de Presidenta.
URUGUAI,
BELEZA
A
propósito, Dilma deu palestra anteontem em Montevidéu, na Jornada Continental
contra o Neoliberalismo.
A
propósito, Luiz Cláudio Lula da Silva, Lulinha, filho de Lula, está trabalhando
no Uruguai, desde a última terça-feira, como preparador físico das equipes de
base do Juventud de Las Piedras. De acordo com Yamandú Costa, presidente do
Juventud, Lulinha trabalhará “sob um conceito progressista da formação do
atleta”.
A
propósito, o bom repórter Germano Oliveira, da revista IstoÉ, informou na
semana passada que há investigações sobre uma bela casa em Punta Del Este, cujo
dono oculto, acham os investigadores, seria Lula.
O
PAÍS DOS SONHOS
A
propósito, o Uruguai é governado pela Frente Ampla, uma espécie de PT dos
tempos do Governo Lula, que em matéria econômica sinaliza à esquerda e segue
pela direita. O sistema bancário uruguaio acredita em sigilo e em livre
movimentação de capitais, com o mínimo de impostos.
A
propósito, o Governo uruguaio trata Lula como um amigo de prestígio mundial,
sempre bem-vindo; e, se houvesse uma ordem internacional de prisão contra ele,
não a cumpriria, como se fosse cidadão uruguaio.
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