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Abranda
a dor
quando
em surdina
a
voz se despe,
sorvendo
o beijo
que
o desejo murmura...
***
Agora
que o sono
acordou
as estrelas,
adormeço
a ternura
enrodilhada
na
memória de um lençol!
***
INTEMPÉRIE
Vampiro
de
corpo torneado
por
sombras matizadas,
encolhe-se
o horizonte...
nuvens
de intempérie,
emprestam-se
ao vento
amotinando
as vagas
dispersas
nas marés.
Sedentas
escorrem
as águas
que
um verão abandonou,
incomodado
com
os silêncios de carmim...
repetidamente
debruados
de reticências
e
vazias de sortilégios.
Carente
gravita
uma lágrima
guardada
numa algibeira
que
se rompeu,
calejada
por
um rosário penitente...
submerso
nas
areias sedutoras,
onde
se desmancha o oceano.
Cerrado
o céu
ajoelha-se
o poente,
num
acto de contrição.
Ana
Andrade
***
TALVEZ GOSTE DE LER
TRÂNSITO: Lembra do “rei da baliza”?
Pois é. Hoje é um baita barbeiro.
Por Orlando Silveira, em "Rapidíssimas".
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