quinta-feira, 3 de novembro de 2016

INSTANTES: ANA ANDRADE






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Abranda a dor
quando em surdina
a voz se despe,
sorvendo o beijo
que o desejo murmura...

***

Agora que o sono
acordou as estrelas,
adormeço a ternura
enrodilhada
na memória de um lençol!

***

INTEMPÉRIE

Vampiro
de corpo torneado
por sombras matizadas,
encolhe-se o horizonte...
nuvens de intempérie,
emprestam-se ao vento
amotinando as vagas
dispersas nas marés.

Sedentas
escorrem as águas
que um verão abandonou,
incomodado
com os silêncios de carmim...
repetidamente
debruados de reticências
e vazias de sortilégios.

Carente
gravita uma lágrima
guardada numa algibeira
que se rompeu,
calejada
por um rosário penitente...
submerso
nas areias sedutoras,
onde se desmancha o oceano.

Cerrado o céu
ajoelha-se o poente,
num acto de contrição.

Ana Andrade

***

TALVEZ GOSTE DE LER

TRÂNSITO: Lembra do “rei da baliza”? 
Pois é. Hoje é um baita barbeiro. 
Por Orlando Silveira, em "Rapidíssimas".
 

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