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Viver mais tem seu preço. Ou melhor: preços. A gente vive mais, mas já não pode fazer isso e – o que é pior – aquilo. Até faz. Mas não faz tão bem como acredita ter feito, naqueles tempos de cabelos longos iguais aos seus.
O pouco
que se ganha é surrupiado. O médico lhe tira com uma mão. E os laboratórios com
as duas. Aquele remédio de ponta lhe permite fazer xixi sem sentir dor, mas lhe rouba o último suspiro de memória. A
ponto de você jurar que gania de puro prazer.
As
mulheres têm lá suas queixas. Secura, calores, flacidez, ossos ocos etc.
Os homens
também têm lá as suas agruras. E não são poucas. Calvície, barriga, falta de
fôlego, ereção chinfrim, coisas assim. Tudo isso a gente tira de letra. O que
não dá para encarar são as tetas que aparecem sem pedir licença, com o avançar
dos anos. Coisa medonha. Claro que, nos mais gordos, a coisa é pior. Mas não há
magro velho que passe batido. Ou seja: sem tetas, por menores que as tetas sejam.
Vou levar
este corpinho roliço, para tomar um banho de mar. As tetas, claro, já fizeram
as malas. Sabiá tenta me consolar:
-- Deixe
de ser besta. Na sua idade, todos os homens têm tetas.
-- Pois
é. Na minha idade, todos os homens têm tetas. E quem foi que lhe disse que a
desgraça alheia minimiza a minha?
(Orlando Silveira - atualizado em novembro de 2018)
(Orlando Silveira - atualizado em novembro de 2018)
gostei demais..kkkkk
ResponderExcluirObrigado, Meiris. Apareça sempre. Abraço.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirCoisa boa de ler! Adorei.
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