DORA KRAMER É JORNALISTA (AG. ESTADO) |
POSIÇÃO DE OCASIÃO
Petistas e chamados esquerdistas voltaram ao discurso segundo
o qual há economia de direita e de esquerda, como se o capital
não fosse como é: obediente às leis do mercado
Por Dora Kramer
Em O Estado de São Paulo
Em 13/10/2016
De volta à oposição, os deputados ditos de esquerda comportaram-se
como se os últimos anos não tivessem existido. A proposta aprovada em primeiro
turno na Câmara com os exatos 355 votos
esperados pelo governo de Michel Temer, conceitualmente, é bastante semelhante
à Lei de Responsabilidade Fiscal criada no governo Fernando Henrique Cardoso 16 anos atrás e quase em tudo igual à
proposta feita pelos então ministros Antonio Palocci e Paulo Bernardo há dez anos como forma de consertar as
contas.
Na época, Dilma ganhou a parada qualificando a sugestão como
“rudimentar”. Lula poderia ter bancado a posição de Palocci e Bernardo, como
fez FH em relação a Pedro Malan, mas preferiu avalizar a posição da
ministra-chefe de sua Casa Civil, em via de assumir a candidatura à Presidência
da República. O restante da história é sobejamente conhecido e hoje reconhecido
passo essencial do PT na direção do abismo administrativo.
O partido em geral, Dilma em particular, levou o País à profunda
recessão com suas ideias retrógradas que agora volta a defender como se fosse
uma grande inovação. Ainda bem que o governo ganhou. Prevaleceu o bom senso que
no governo o PT uma vez adotou e depois abandonou para levar todos – o partido
e o País – à rota do desastre.
Petistas e chamados esquerdistas voltaram ao discurso segundo o qual
há economia de direita e de esquerda, como se o capital não fosse como é:
obediente às leis do mercado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário