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DILMA CULPA MUITOS POR
IMPEDIMENTO,
MENOS ELA
MENOS ELA
(Por Josias de Souza) Às
vésperas de sofrer nova derrota no Senado, Dilma Rousseff discursou para uma
plateia companheira em Curitiba, nesta segunda-feira (8). A certa altura,
perguntou a si mesma quem são os responsáveis pelo “golpe” sem tanques de que
se julga vítima. Expressando-se na língua confusa que costuma utilizar, muito
parecida com o português, a presidente afastada disse o seguinte:
“Em
primeiro lugar, parte da mídia oligopolista. Em segundo lugar, mas não
necessariamente nessa ordem, mas com uma certa simultaneidade, uma parte da
oposição ao meu governo —a parte, vamos dizer assim, mais programática da
oposição ao meu governo, que foi sendo substituída pela parte mais, diríamos
assim, mais fisiológica, mais complexa, mas nem por isso menos ávida. É essa
parte da oposição que representa hoje o governo provisório e interino, com a
participação da outra: partes do PMDB, obviamente o ex-vice-presidente, atual
presidente interino, e também o presidente afastado da Câmara Federal, senhor
Eduardo Cunha. E toda uma parte do capital especulativo e financeiro. Acredito
que outros segmentos podem ter sido atraídos. Mas esse é o núcleo duro.”
Numa
tradução livre do dilmês, o repórter suspeita que madame tenha desejado
declarar que a culpa é de três setores da sociedade: a imprensa, a oposição que
se juntou ao PMDB e a oligarquia financeira. Quer dizer: Dilma responsabiliza
muita gente pelo seu fracasso, menos ela. Ou quebraram todos os espelhos do
Palácio da Alvorada ou Dilma ficou cega. Uma pena.
Se
tivesse olhado para o espelho pelo menos três vezes por dia, Dilma teria
testemunhado o ocaso de uma presidente ruinosa. Despreparada, presunçosa e
dissimulada, transformou sua incapacidade pessoal num desastre histórico — um
dos piores que o Brasil já viveu.
Dilma
fez sumir os brasileiros humildes que enchiam os aeroportos e divertiam Lula
por deixar a “elite incomodada”. As companhias aéreas estão no chão. A conta de
luz barata tornou-se pesadelo. O setor elétrico entrou em curto-circuito. Os
juros de um dígito, que eram feitos de saliva, revelaram-se uma mágica fugaz. O
investment grade que as agências de
avaliação de risco deram ao Brasil virou lixo. O “pleno emprego” deu lugar a
quase 12 milhões de desempregados. O pré-sal não levou o Brasil à OPEP, mas à
roubalheira da Lava Jato. E a ‘Pátria Educadora’ não passava de um slogan de
marketing criado com verba do caixa dois.
Dilma
não gosta de reconhecer os próprios erros. Para ela, quem deve uma autocrítica
ao país é o PT. A legenda precisa explicar por que aderiu aos métodos dos
cleptopartidos. Seria ótimo. Mas a diversão só ficaria completa se madame
explicasse, com seu quase-português, por que diabos abandonou a noção de
responsabilidade fiscal para tocar o país na base do vai ou racha. Rachou. O
caso de Dilma não é de impeachment. Madame está prestes a ser mandada mais cedo
para casa porque cometeu suicídio político.
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